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Filme 'Partir' vê a paixão com frieza glacial
18/12/2009 | 07:00
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Divulgação


Foi um filme difícil de fazer. "Não tínhamos dinheiro, os atores (Kristin Scott Thomas e Sergi Lopez) aceitaram trabalhar ganhando menos do que normalmente cobram, os técnicos também trabalhavam às vezes pela tabela, mas, apesar de tudo isso, ou talvez por isso, era um filme que todo mundo queria fazer. A clima era de júbilo. Terminou sendo a melhor experiência de minha carreira." A diretora Catherine Corsini conversa pelo telefone, da França, sobre Partir, que estreia hoje, somente no circuito paulistano.

O filme conta uma história de paixão. Na França, fez sucesso de público e crítica. A história poderia ser adaptada de um fato da crônica policial. Mulher casada, burguesa, tem um tórrido affair com um imigrante que vem trabalhar em sua casa. Não sabendo mentir, ela conta ao marido, ele reage como uma criança birrenta que não quer perder seu brinquedo favorito - ao qual, antes, não dava muita atenção. O marido usa seu pequeno poder para pressionar a mulher. O casal de amantes enfrenta as maiores dificuldades.

"Sempre quis falar sobre a paixão e a forma como ela pode desestabilizar as pessoas. Kristin, no filme, leva uma vida insípida, mas com todo o conforto material. O marido e ela estão perdendo o contato. Aos 40 anos, não se veem muitas perspectivas para eles. Conheço muita gente assim. Partir não se baseia numa história real, mas certamente tem muita coisa de observação, de pessoas que conheço, em situações que me são familiares."

Catherine Corsini admite que escreveu o filme pensando em Kristin Scott Thomas. "Precisava de uma atriz glacial que cedesse ao fogo da paixão. Essa transição é essencial na tragédia do filme. Quando Kristin disse sim e, logo em seguida, Sergi (Lopez) se integrou ao projeto, senti que Partir já estava na mão."

São muitas as mulheres diretoras na França - e Catherine, como Pascale Ferran (de Lady Chatterley) e Catherine Breillat ("A Última Amante"), encara o sexo com ousadia. Mas ela minimiza a questão do ‘olhar feminino'. Diz que o que existem são olhares, independentemente de sexo.




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