A chegada de um novo tipo de vírus pode aumentar o número de casos de dengue. Não pela agressividade do vírus, mas pela falta de preparação imunológica da população.

O vírus tipo 4 foi descoberto recentemente. Os quatro tipos são bem parecidos e causam a mesma doença, segundo especialistas ouvidos pelo Diário, mas a probabilidade de desenvolvimento de uma forma mais grave da dengue é maior para quem já teve contato com algum desses vírus.

"Quem teve a infecção causada pelo tipo 1 não será mais infectado por esse tipo de vírus, porque está imunizado. Se aparecer um do tipo 3, por exemplo, do qual o paciente não está imunizado, ele tem mais possibilidade de desenvolver uma forma mais grave da dengue", explicou o professor de Infectologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Hélio Vasconcelos Lopes.

"Como grande parte da população já teve contato com algum desses vírus, o risco de ela desenvolver algum tipo da forma hemorrágica da doença é maior em caso de contato com um dos outros tipos", afirmou o infectologista do Hospital Emílio Ribas Marcos Vinícius da Silva.

"Quando o caso evolui, o paciente desidrata e apresenta sinais de hemorragia. Rapidamente ele pode vir a ter diagnóstico de choque e, posteriormente, de óbito."

Isso ocorre porque o paciente que já foi infectado por outro tipo de vírus desenvolve anticorpos específicos para aquele invasor. Ao contato de um vírus desconhecido, os anticorpos não conseguem neutralizar o seu efeito e isso possibilita a entrada nas células imunológicas, causando manifestação mais intensa da doença.

Segundo a Secretaria do Estado da Saúde, os sintomas da dengue são os mesmos para os quatro tipos de vírus: febre alta, dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjoos, vômitos e manchas vermelhas na pele, acompanhadas ou não de dores abdominais e sangramentos espontâneos.

Os pacientes com esses sintomas devem hidratar-se, não tomar remédios por conta própria e procurar imediatamente orientação médica.