O 13º salário dos 3.351 servidores públicos que ganham acima de R$ 1.500 representa cerca de R$ 7 milhões aos cofres de Diadema. A Prefeitura, que alega falta de dinheiro em caixa, propôs pagar o benefício em duas parcelas - janeiro e fevereiro de 2010. Desse total, em torno de 2.000 estatutários trabalham na Secretária da Saúde, provavelmente a área com maior demanda na cidade.

A partir de segunda-feira, os funcionários iniciam paralisações temporárias em vários prédios públicos, como UBSs (Unidades Básicas de Saúde), Objetivo: tentar sensibilizar a população e fazê-la aderir à causa. O restante está distribuído entre outras secretarias como Obras, Cultura, Esportes, Planejamento e Desenvolvimento Econômico.

A direção do Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) não irá detalhar antecipadamente os locais a serem visitados - trata-se de estratégia da mobilização. Além dos estatutários, os servidores comissionados (em cargos de confiança) integram o grupo.

Dos cerca de 7.000 servidores de Diadema, a Prefeitura pagará a segunda parcela do 13º salário para 3.649 dia 18. Neste grupo, estão incluídos funcionários que ganham menos de R$ 1.500, celetistas e professores - a última categoria é paga com recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais).

"A Prefeitura fez isso premeditado para dividir o funcionalismo. Aqueles que receberam não estão nem aí com o restante. É estratégia para esvaziar o movimento que defende direito do trabalhador", afirmou um estatutário, que pediu para não ser identificado. "Temos estabilidade, mas depois somos perseguidos pela administração do PT", contou.

Outra servidora deixou recado no ar: "A Saúde elegeu muitos vereadores e o prefeito. Eles sabem disso. Nós também", cutucou. A Prefeitura não respondeu aos questionamentos do Diário na sexta-feira.