Setecidades Titulo São Bernardo
Luiz Marinho cobra
medidas de segurança

Fundação Casa deve garantir sossego aos vizinhos da
unidade de semiliberdade no Jardim do Mar, diz prefeito

Andressa Dantas
Especial para o Diário
15/12/2012 | 07:00
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O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), afirmou ontem que o Estado deve garantir a segurança dos vizinhos da unidade de semiliberdade da Fundação Casa, instalada no Jardim no Mar.

A declaração foi feita ontem, um dia depois de a presidente da entidade, Berenice Giannella, ter descartado a possibilidade de rescindir o contrato de locação do imóvel onde estão abrigados os adolescentes infratores. Na quarta-feira, no primeiro dia de funcionamento da unidade, dois menores fugiram e praticaram furto.

Marinho voltou a dizer que não houve nenhuma negociação formal para a instalação do serviço na cidade. "A Fundação Casa e o Estado têm de se responsabilizar pela segurança no local. Não foi solicitada a opinião da Prefeitura sobre essa situação, e, em um dia de funcionamento, já vimos uma fuga", destacou Marinho.

A Fundação Casa informou que a instituição cumpre determinação da Justiça. Em 2003, o MP (Ministério Público) moveu ação civil pedindo a construção de duas unidades de internação e uma de semiliberdade em São Bernardo. O governo estadual foi condenado em 2009. Ontem, 16 meninos já estavam abrigados na casa, que tem capacidade para 20.

"Se a instalação está incomodando os moradores é necessário tomar alguma providência. Ou aumentam a segurança, ou tem de sair de lá", argumentou Marinho.

De acordo com a fundação, a instalação da semiliberdade é feita em todo o Estado com base no Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo).

A lei prevê que os jovens devem ser responsabilizados pelos seus atos infracionais e privados de sua liberdade, mas também é responsabilidade do Estado garantir que estejam inseridos na sociedade, próximos de escolas e centros comerciais para que o desenvolvimento do jovem não seja comprometido.

Os moradores do Jardim do Mar estão assustados com a presença dos jovens infratores no bairro e um deles chegou a se mudar de lá.

Os adolescentes passam a semana na unidade, com supervisão de funcionários e aos fins de semana são liberados para visitar as famílias.

A instituição afirmou que a casa possui monitoramento para vigiar os jovens e impedir novos atos infracionais, mas não divulgou o número de funcionários que atuam como seguranças no local.

Marinho garante que a cobrança por reforço de segurança não tem ligação com o local onde a unidade está instalada. "O imóvel em questão está localizado em bairro nobre. Mas, se a casa for transferida para outro bairro, cobraremos reforço de segurança do mesmo modo. Não podemos colocar a população em risco."

A equipe do Diário procurou a Vara da Infância e Juventude de São Bernardo, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.




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