Setecidades Titulo Levantamento
S.Bernardo é campeã em
reclamações do transporte

Ao todo, são 16 registros diários na cidade; os problemas mais
frequentes são descumprimento de horário e mau atendimento

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
09/12/2012 | 07:00
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Os sistemas de transporte municipal de São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá receberam, entre janeiro e outubro, 5.565 reclamações de usuários, o que equivale a cerca de 18 queixas por dia. Entre os problemas mais frequentes estão descumprimento de horário e mau atendimento.

O número total se manteve estável em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 5.551 protestos.

A cidade que teve maior quantidade de críticas foi São Bernardo, com 4.922 registros, o que equivale a 10,2 reclamações por 100 mil passageiros. As linhas 17 (Vila São Pedro/Rudge Ramos) e 38 (Taboão/Terra Nova II) foram as campeãs. O total de queixas é 3,5% maior do que o de 2011, com 4.753 casos.

São Caetano teve 255 protestos protocolados - 46,3% menos do que os 320 do ano passado. Mesmo assim, a cidade fica em segundo lugar na proporção, com 3,9 queixas para cada 100 mil passageiros transportados. A linha Circular Santa Maria/Osvaldo Cruz é a mais reclamada.

Mauá e Diadema registraram as menores taxas (leia abaixo). O Diário procurou as prefeituras de Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra ao longo de três semanas, mas as administrações omitiram as informações.

Segundo dados divulgados no início de novembro pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, São Bernardo e São Caetano têm os ônibus mais antigos da região. Em São Bernardo, 28% da frota têm idade média superior a dez anos. Em São Caetano, 17% dos coletivos rodam há pelo menos uma década.

Nas ruas, a principal reivindicação é para que sejam colocados mais veículos em circulação. "Moro no Areião e utilizo a linha 32-A. Chego a esperar 1h45 pelo ônibus, que deveria passar a cada meia hora", critica a dona de casa Arenita Nunes, 57 anos, de São Bernardo.

Já o caminhoneiro Eduardo Cabral da Silva, 50, reclama do desconforto nos veículos da mesma cidade. "Os ônibus são muito velhos, caindo aos pedaços. Além de serem barulhentos, quebram com frequência."

A SBC Trans informa que os atrasos nas partidas se devem aos congestionamentos nas principais avenidas e promete melhorias no sistema, A Vipe (Viação Padre Eustáquio), de São Caetano, foi procurada, mas não se manifestou.

Diadema registra menor índice de críticas

O sistema municipal de transporte de Diadema registrou a menor quantidade de reclamações na comparação com os demais municípios da região, tanto em números absolutos quanto na proporção. De janeiro a outubro deste ano, passageiros reclamaram 73 vezes - queda de 46,3% na comparação com o mesmo período de 2011. O total de queixas protocoladas em 2012 equivale a 0,38 para cada 100 mil passageiros.

Para o secretário de Transportes da cidade, Ricardo Perez, a redução se deve à renovação da frota municipal. No fim do ano passado, as empresas Mobibrasil e Benfica assumiram as linhas que eram operadas pela Imigrantes e ETCD, respectivamente. "Com os ônibus novos, praticamente não há problemas mecânicos. Com isso, não há atraso de partida", avalia.

Perez destaca também a utilização de tecnologias nos coletivos, como câmeras e rastreamento por GPS. Do total de registros, 50 foram contra a Mobibrasil e 23 direcionadas à Benfica.

A líder de departamento Rosilene Amaral, 29 anos, reconhece a diferença no transporte local para o de outras cidades. "Pelo que vemos por aí, aqui em Diadema é bem melhor. Mas a qualidade irá melhorar ainda mais se colocarem mais ônibus na rua."

Em Mauá, usuários protocolaram até outubro 315 queixas - o equivalente a 0,99 por 100 mil passageiros. O número é 7,9% menor do que no mesmo período do ano passado. Descumprimento de horário foi a principal causa. Enquanto a Viação Cidade de Mauá recebeu 200 críticas, a Leblon registrou 115.

Como justificativa, a Leblon, operadora do Lote 2, aponta problemas no trânsito e eventualidades como acidentes e alagamentos. A companhia diz que "trabalha constantemente para a melhoria dos serviços" e que realiza estudos para aperfeiçoamento de itinerários e horários. Representantes da empresa que opera o Lote 1 não foram localizados pelo Diário.




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