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Metallica forever!

Idade não conta quando o assunto é heavy metal; fãs do Metallica estão prontos para ‘bater cabeça’ e aplaudir os ídolos.

Por Caroline Ropero e Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
16/03/2014 | 07:00
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Celso Luis


Em tempos de Lepo Lepo e Beijinho no Ombro, o heavy metal vai muito bem, obrigado. Os seguidores do estilo sobrevivem curtindo bandas novas e, claro, endeusando as clássicas. A prova é que o Metallica reúne multidões. Os caras desembarcam no sábado em Sampa para lotar o Morumbi. O grupo – liderado por James Hetfield – foi criado em 1981 nos Estados Unidos, e críticos dizem que Master of Puppets (1986) é um dos álbuns de thrash metal mais influentes da história. O Black Album (1991), também não deixa a desejar. Não é à toa que conquistam fãs até hoje.

Vitória Fernandes, 15 anos, de Santo André (foto acima), está preparada para o primeiro show da sua vida com a banda que mais curte. Ela vai com o tio, que foi quem apresentou o Metallica à garota. “Confesso que cheguei a gostar de RBD e Hannah Montana, mas quando conheci o heavy metal não quis outra coisa. Ouço quando estou feliz, com raiva, para acalmar.” Vitória está louca para ouvir, em especial, Enter Sandman e Hit The Lights. “Estou animada.”

Com as músicas na cabeça e os ingressos na mão, Rodrigo Carreira, 15, de Diadema, também conta os dias para o show. Por influência dos amigos, é fã desde criança. “Meus pais curtem metal, mas não tanto quanto eu.” O garoto vai com a mãe e é a primeira vez que verá os ídolos ao vivo. “Vou realizar um sonho.”

Embora não tenha conseguido os ingressos, Lucas Bellucci, 18, de São Caetano, vai continuar acompanhando a banda. “Tenho camisetas, CDs, DVDs, biografia e a discografia completa deles no meu celular.” A paixão de Lucas pelo Metallica (foto abaixo) começou ao ver os tios ouvindo as músicas. “Quando cresci procurei saber sobre eles e gostei das letras. Me inspiraram tanto que aprendi guitarra e tenho banda.”

REBELDIA?
Por outro lado, o som pesado do heavy metal não agrada a todos. Quando Thamires Shiga, 14, de Diadema, começou a ouvir metal seus pais não gostaram. “Eles pensavam que era rebelde por causa das bandas que curtia. Agora, sabem que não tem nada a ver”, diz a fã de System of a Down.

A mãe de Rafael Galani, 16, de São Bernardo, não interfere no gosto musical dele, mas pede para o garoto desligar quando escuta músicas do Pantera. “Tem horas que eles cantam gritando e ela diz que é berreiro.” O gênero chegou até Rafael por meio de amigos da escola. E a paixão só aumentou quando ele começou a fazer aula de guitarra.

Além do Metallica, outros grupos de metal fazem sucesso entre a galera. Liliane Crisma, 16, de Diadema, por exemplo, é fã de AC/DC, Scorpions e Motorhead. “Me identifico com as letras, o som e gosto dos solos.” A garota também curte hardcore e rap. “O importante é ouvir o que te faz sentir bem.”

 Claudinei Plaza (2010)

Muito mais do que usar camiseta de banda
Quando o heavy metal surgiu, os fãs usavam camiseta preta de banda, cabelo comprido, calça rasgada e faziam cara de mau. “Braceletes com rebites, correntes, gargantilhas e pulseiras também eram parte do estilo headbanger (ou batedores de cabeça). Era usado por quem queria refletir seus ideais de inconformidade e como justificativa para sua agressividade”, explica Ricardo Martins, coordenador de eventos da School of Rock, de São Caetano.

Mais do que a paixão pelo som, a nova geração de metaleiros compartilha o estilo de se vestir? Há alguns anos, Lucas Bellucci, 18 anos, de São Caetano, curtia camiseta preta ou de banda e calça jeans. Hoje, é mais alternativo. “Enjoei de me vestir igual, mas coloco as camisetas de vez em quando. Tenho amigos com cabelo comprido que cortaram para conseguir trabalho.”

Rafael Galani, 16, de São Bernardo, acredita que o estilo musical não precisa interferir no visual ou personalidade. “A pessoa curte o som, mas não tem de transformar a vida por isso.” Já Ricardo Batalha, redator chefe da revista Roadie Crew, acha que a maioria dos metaleiros curte manter alguma característica que o identifique assim. “Quem está acostumado com esse meio consegue saber o que o outro curte pela roupa que veste, seja pela jaqueta de couro ou coturno, por exemplo.”

Vários tipos de metal
Em 1971 a indústria fonográfica lançou muitos discos de rock e mostrou ao mundo uma diversidade de jovens artistas. Em meio a tanta novidade, surgiu estilo musical que reagia contra as práticas pacifistas dos hippies e as viagens sonoras do rock progressivo: o heavy metal, com vocais estridentes, longos solos de guitarra e baterias explosivas.

“A expressão veio de fusão de grupos de hard rock tradicionais, como Black Sabbath, Led Zeppelin, Deep Purple e Slade, com nova estética visual que valorizava temáticas obscuras que falavam de temas sobrenaturais. O termo metal vem da expressão dureza”, explica Ricardo Martins, coordenador de eventos da School of Rock, de São Caetano.

Ao longo dos anos, surgiram várias vertentes do heavy metal. O metal melódico (ou power metal), por exemplo, tem arranjos vocais mais suaves O black metal traz uma linha temática mais pelo lado anticristão, enquanto o white metal possui canções de quem é cristão fanático. Há também o viking metal ou folk metal, seguidos por admiradores de deuses vikings, o metal gótico, o thrash metal que luta por uma sociedade mais justa e distante da religião, entre outros.




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