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Livres para viajar pelas memórias da infância

Desenhistas de Santo André emprestam traços
para a mostra sobre ícones da juventude

Luís Felipe Soares
09/03/2014 | 07:00
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Divulgação


Viajar pela infância com total liberdade. É incentivando essa jornada nostálgica que diversos artistas foram convidados para participar da exposição A Gente Nunca Cresce, atração montada pela Quanta – Academia de Artes (Rua Dr. José de Queirós Aranha, 246. Tel.: 3214-0553), em São Paulo. A ideia é usar as ilustrações para recordar personagens que marcaram época em desenhos animados.

Cerca de 60 profissionais que têm suas vidas e carreiras ligadas às ações da escola emprestam seu talento para a mostra. Diferentes traços e estilos se misturam em acervo com versões de figuras hoje consideradas clássicas. Não ficam de fora desenhos de grandes programas dos anos 1960 (casos de Space Ghost, Jonny Quest e Os Herculóides), 1970 (João Grandão e Josie e as Gatinhas), 1980 (Cavalo De Fogo, Dragon Ball e DuckTales), 1990 (entre eles Doug e Freakazoid!). Também há espaço para releituras dos icônicos tokusatsu (séries live-action vindas do Japão) Ultraman, Ultraseven e Jiraya.

“Pensamos em algo que fosse divertido para o público e, principalmente, para os artistas. Todos os convidados têm milhões de coisas para fazer ao mesmo tempo e ainda chegamos com esse pedido. Só demos o formato (em tamanho A4) como padrão e deixamos eles soltos. Chegaram coisas realmente diferentes. O legal acaba sendo também o fato de um ilustrador se empolgar com o trabalho do companheiro”, diz Caio Majado, responsável pela organização do projeto, que nasceu como atração do evento Casa Aberta Quanta, realizado no início de fevereiro.

REVIRANDO MEMÓRIAS

O Grande ABC está representado na exposição. Os gêmeos Magno e Marcelo Costa, de Santo André, reviveram a infância para prestar homenagem a animações que os marcaram. Magno brinca com sombras em sua visão do guerreiro He-Man. “Acho que ele foi o desenho preferido de quase todo mundo da minha geração. Trabalhei com algo mais caricato, um pouco longe do que faço normalmente. Sou fã dos heróis ‘durões’, que não são os mais inteligentes, mas acabam resolvendo os problemas, como o John McClane (da cinessérie Duro de Matar) e os papéis do Arnold Schwarzenegger”, explica.

As aventuras do grupo Os Impossíveis não saíram da cabeça de Marcelo. A mistura do universo dos super-heróis com as atividades da banda formada por Homem-Mola, Multi-Homem e Homem-Fluido foi essencial para sua paixão por quadrinhos e música. O trio está dramático e com tom mais realista do que o mostrado nos divertidos capítulos feitos pelos estúdios Hanna-Barbera na década de 1960.

“Participar desse tipo de projeto é muito legal e difícil ao mesmo tempo. Há tantos personagens que nos marcaram que fica complicado deixar certos desenhos de lado. É difícil abrir mão de alguns. Fora que há milhares de maneiras de se homenagear. Aproveitamos para praticar coisas que não faríamos em trabalhos mais sérios. É bom para a cabeça dar uma relaxada”, afirma Marcelo, que acabou se empolgando e também finalizou versões de Pepe Legal, Coelho Ricochete e da dupla Lipi e Hardy.

Quem fecha o time da região é o também andreense Rafael Nunes, integrante do corpo de professores da Quanta. Enquanto a maioria dos participantes buscou referências em atrações repletas de ação, o ilustrador utilizou a oportunidade para mesclar imaginação com histórias pessoais em seu Ursinho Pooh. “Tinha um urso de pelúcia dele quando era pequeno e fiz algo mais pessoal. Meus desenhos têm essa pegada introspectiva. Acho que acabei fugindo do que os outros fizeram”, comenta Nunes. 




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