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Pane em teleférico ainda não foi esclarecida

Após um mês, Prefeitura não concluiu investigações sobre falha em brinquedo no Estoril

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
11/02/2014 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Um mês depois da pane que paralisou o teleférico do Parque Estoril, em São Bernardo, o acidente ainda não foi esclarecido pela Prefeitura. O brinquedo teve a circulação interrompida na tarde do dia 11 de janeiro após a queda de um raio. Seis pessoas estavam no equipamento no momento do acidente e precisaram esperar pelo resgate por cerca de três horas. Uma menina de 10 anos teve escoriações, ficou com hipotermia e foi socorrida à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Riacho Grande.

Na noite da ocorrência, o prefeito Luiz Marinho (PT) afirmou que o teleférico ficaria fechado por período de 30 a 45 dias para investigações e eventuais obras de manutenção. Na ocasião, o chefe do Executivo disse que o para-raio do parque não suportou a descarga elétrica e que as apurações seriam para identificar por que o item de segurança falhou. O petista havia garantido que a atração possuía geradores, mas que também não funcionaram.

Procurada pelo Diário ontem, a Prefeitura não deu detalhes sobre a investigação. Informou apenas que avaliação técnica está sendo feita pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo e que o resultado será divulgado assim que a análise for concluída. Não foi dado prazo para que a apuração seja finalizada.

Independentemente do que tenha provocado a falha, especialistas avaliam que a administração errou ao não evacuar o brinquedo após os primeiros sinais de que uma tempestade se aproximava da região. Na semana do acidente, o responsável pela restauração do equipamento, Irineu Migliorini, reconheceu que os teleféricos no Brasil têm tecnologia ultrapassada e precisam de mecanismos mais modernos para atendimento a vítimas em caso de emergência. A atração ficou fechada por 15 anos e foi entregue reformada em 2011.

O administrador Nelson Carneiro da Silva Júnior, 50 anos, estava com a mulher e a filha de 10 anos no brinquedo no momento da paralisação. “Ninguém da Prefeitura nos procurou em nenhum momento para, pelo menos, explicar o que aconteceu”, lamenta. Ele afirma ter entrado na Justiça com pedido de reparação de danos contra o município. “Agora estou aguardando orientação dos meus advogados para definir quais serão os próximos passos”, complementa.

Revitalização do equipamento foi feita em 2011 e custou R$ 1,3 mi

Após ficar fechado por 15 anos, o teleférico do Parque Estoril, no Riacho Grande, foi reaberto em 2011 depois de passar por obras de revitalização que custaram à Prefeitura de São Bernardo cerca de R$ 1,3 milhão. O brinquedo foi construído na metade da década de 1970.

A operação do equipamento, assim como toda a gestão do parque, é de responsabilidade da empresa Água das Rochas Ltda, razão social da Estância Alto da Serra. A concessionária nunca se pronunciou sobre o acidente do dia 10 de janeiro.

No dia da ocorrência, a cidade foi atingida por 156 relâmpagos, de acordo com o Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), departamento vinculado ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Tomando como base a área territorial de São Bernardo, a densidade elétrica nessa data foi de 9,31 raios por quilômetro quadrado, índice considerado elevado por especialistas.




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