Política Titulo Transparência
Filiação prejudicaria
fiscalização, diz Picarelli

Presidente da OAB de Sto.André desiste de
candidatura a deputado e adia projeto eleitoral

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
05/10/2013 | 07:32
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Claudinei Plaza/DGABC


O presidente da OAB de Santo André, Fábio Picarelli, declinou ontem da proposta de filiação a partido político, desistindo de disputar cargo eletivo em 2014. Segundo o advogado, pesou o compromisso em se manter no posto até o fim do mandato, em dezembro de 2015, e receio de o ingresso atrapalhar a isonomia da comissão interna que fiscaliza as contas públicas da Prefeitura. “Meu partido, por ora, é a OAB. A filiação poderia prejudicar, tirar a imparcialidade do grupo. Atingiria diretamente.”

Picarelli considerou que vai colaborar mais nesta ocasião para a cidade exercendo o papel na entidade, deixando em aberto a hipótese de concorrer no processo eleitoral subsequente, em 2016. “Seria precipitado. O momento não é adequado. Para a sociedade será mais proveitoso na OAB do que entrar hoje num projeto político. Fortaleço a atuação. Sem abrir mão de trabalho futuro, teremos oportunidade lá na frente. Santo André precisa de novas lideranças para buscar melhorias locais”, argumentou o dirigente.

O advogado recebeu 14 propostas para pleitear vaga na Câmara Federal no ano que vem. “Foram (partidos) desde extrema-esquerda até a extrema-direita, passando por (legendas de) centro”, mencionou. Mesmo sem destacar para evitar saia justa, Picarelli teve contatos do PSB, PP, PCdoB, PSD, PPS, PEN, DEM, entre outros. A ideia inicial era estudar indicação de siglas que não estivessem atreladas ao governo Carlos Grana (PT) para poder ter liberdade de atuação no município.

No comando da OAB desde 2010, Picarelli avaliou que figurou no cenário de cooptações eleitorais pelo trabalho em defesa pela implantação da lei da Ficha Limpa Municipal, para impedir a extinção da ouvidoria e a contrariedade ao aumento do número de cadeiras na Câmara, hipótese enterrada em 2011 – sob forte pressão, os vereadores rejeitaram a proposta. “Vejo que essa atuação firme da entidade, que possui histórico de ética, chamou a atenção.”

No segundo mandato à frente da entidade, Picarelli criou comissão interna, denominada de Observatório da Cidadania, para apurar eventuais irregularidades nos contratos firmados pelo poder público. Na primeira investida do grupo, via Lei de Acesso à Informação, não houve resposta do Paço. “Transparência é o mínimo que se espera da Prefeitura. Quero acreditar em falta de tempo para adequação à lei, mas a forma (tratada) foi ineficiente e deselegante.”

Ultrapassados os 30 dias estipulados por lei, a administração petista marcou data para apresentar contratos requeridos, só que Picarelli alegou que a reunião foi agendada sem prévia consulta aos advogados que compõem a comissão. “A conversa deveria ser bilateral.”




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