O peso das exportações foi crescente no desempenho da indústria brasileira entre 1996 e 2004, com forte influência no faturamento, no PIB, geração de empregos e massa de salários. A participação das vendas externas no faturamento das empresas industriais dobrou no período, passando de 10,8% em 1996 para 20,4% em 2004. Os dados foram revelados ontem na PIA 2004 (Pesquisa Industrial Anual) divulgada pelo IBGE.

“As exportações foram fundamentais no bom desempenho da indústria, especialmente em 2004”, avalia o chefe da coordenação de indústria do IBGE, Silvio Sales. Mas para José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB, a realidade mostrada pela pesquisa está se deteriorando rapidamente em 2006.

Segundo o IBGE, o crescimento das exportações na receita industrial foi realidade em todos os portes de negócios. No caso das grandes empresas, a participação das vendas externas subiu de 13,3% em 1996 para 24,8% em 2004; nas médias, de 9,4% para 13,5% e nas pequenas, de 3,6% para 8,6%.

Além disso, a importância das exportações no PIB industrial pode ser exemplificado pelo ganho de participação das empresas de alto grau de abertura às exportações (mais de 30% do faturamento resultante das vendas externas), cuja fatia no PIB da indústria cresceu de 17,0% para 28,8% de 1996 a 2004.

Essas empresas elevaram a fatia no número de ocupados do setor de 17,2% para 20,7% e na massa de salários, de 16,1% para 22,7%. A pesquisa confirmou também uma clara trajetória de concentração da participação das grandes empresas no valor total das exportações no país: 74,1%, em 1996 e 80,8%, em 2004.