O irmão do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, o oftalmologista João Francisco Daniel, e o advogado Adão Nery foram ouvidos em audiência pública sexta-feira no Fórum de Santo André. Os dois foram arrolados como testemunhas de acusação pelos promotores do Gaerco (Grupo de Atuação Regional Especial para Prevenção e Repressão do Crime Organizado), que investigam a morte de Celso Daniel, em janeiro de 2002. O ex-vice-prefeito José Cicote (PT), também arrolado pelos representantes do Ministério Público para a audiência de sexta-feira, não compareceu. Ele será ouvido dia 19 de abril.

Nery e Cicote foram escolhidos porque, segundo os promotores, disseram anteriormente ao MP terem visto nas proximidades do Paço Municipal de Santo André o preso Dionísio de Aquino Severo, acusado de participar do seqüestro de Celso Daniel. Sexta-feira, porém, segundo Roberto Wider, integrante do Gaerco, o advogado mudou a versão que relatou anteriormente ao MP.

“Ele nos disse que havia sido ameaçado e, na audiência, negou”, relata o promotor. Outra mudança, segundo Wider, foi em um detalhe sobre a afirmação de que havia visto Severo perto do Paço. “Para nós e para o delegado, ele disse que viu o Dionísio saindo da Prefeitura. Agora ele diz que viu o Dionísio perto da Prefeitura quando ele, Nery, saía do fórum. Ele deu outro enfoque.”