Uma fonte do governo do Iraque rebateu nesta quinta-feira as críticas geradas pela divulgação do vídeo pirata que mostra a execução do ex-ditador Saddam Hussein. O conselheiro nacional para Segurança, Muaffaq al-Rubaie, negou que o réu tenha sido humilhado.

"Onde está a humilhação? Os gritos dos espectadores? Foram essencialmente orações e súplicas", declarou al-Rubaie à rede de televisão americana CNN. 

Condenado no dia 5 de novembro de 2006 pelo Alto Tribunal Penal iraquiano por crime contra a humanidade, Saddam Hussein foi enforcado na manhã de sábado em um quartel de Bagdá.

A execução provocou uma onda de indignação e pode aprofundar ainda mais a divisão de comunidades no país, principalmente depois da difusão pela internet de um vídeo pirata do enforcamento do ex-ditador.

As imagens, obtidas com um telefone celular, mostram em detalhes a execução e registram os gritos das pessoas presentes, que berravam o nome do clérigo radical xiita Moqtada al-Sadr, inimigo de Saddam. Vários espectadores insultaram o réu em seus últimos momentos e afirmaram tratar-se de uma vingança.

O primeiro-ministro Nuri al-Maliki ordenou uma investigação para descobrir o autor do vídeo, os responsáveis por sua difusão na internet e a identidade das pessoas que insultaram Saddam.

Dois funcionários do ministério da Justiça já foram detidos na investigação sobre o vídeo pirata.