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Japão considera restaurar punição física nas escolas
Por Da AFP
25/01/2007 | 14:25
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O Japão estuda voltar a instaurar nas escolas a punição física, proibida depois da Segunda Guerra Mundial, para disciplinar os estudantes mais rebeldes e proteger os professores.

A proposta, feita por um grupo de especialistas governamental em um relatório interno, foi acolhida favoravelmente pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que fez da reforma do sistema educacional uma de suas prioridades.

O governo ressaltou, no entanto, que não tem a intenção de tolerar o castigo com varas de vime, nem qualquer tipo de represália corporal severa. "Bater ou dar um chute não deveria ser tolerado como parte da punição física", disse Masaharu Kuba, membro do grupo de especialistas que elaborou o relatório.

O castigo, segundo afirmou Kuba, "se trataria de pôr os estudantes rebeldes de pé no corredor ou dar-lhes um leve tapa na nuca". "Não é como os castigos severos aplicados nas escolas japonesas durante a Segunda Guerra Mundial, quando alguns professores eram militaristas", argumentou.

Após a derrota na Segunda Guerra Mundial, o Japão proibiu a punição física nas escolas.

No fim dos anos 1990, as autoridades japonesas introduziram o conceito de "educação relaxada", pois se temia que os estudantes passassem tempo demais memorizando conteúdos para responder a um exame e se desvalorizasse um ensino que fomentava o valor de pensar por si próprio.

O grupo de especialistas, liderado pelo Prêmio Nobel de Química Ryoji Noyori, também recomendou um aumento do horário escolar, segundo o relatório, até o momento não oficial. No fim de março o grupo emitirá suas recomendações finais.

Kuba informou que as medidas têm o objetivo de combater os problemas criados pela violência e a rebeldia nas escolas. "Em nossa época, as crianças acreditam que, como o castigo físico é proibido, têm o poder de intimidar e afligir os professores", acrescentou. "Atualmente, os professores são os que sofrem intimidações dos estudantes e é errado que os professores não possam controlar as crianças".

O primeiro-ministro japonês conseguiu aprovar, em novembro, uma importante reforma educacional que instaurou em particular o ensino do patriotismo nas escolas, uma iniciativa polêmica em um país onde o tema é tabu desde a derrota de 1945.




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