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Casa que acolhe adolescentes em São Bernardo está lotada

Duas das três unidades da Fundação Criança estão fechadas e a única em funcionamento tem 18 das 20 vagas ocupadas

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
25/09/2020 | 00:01
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Funcionários do Conselho Tutelar de São Bernardo denunciam que duas das três unidades de acolhimento da Fundação Criança, equipamento que abriga menores que vivem em situação de vulnerabilidade social, e que são mantidas pela Prefeitura, estão fechadas desde abril, sobrecarregando a casa Andança, no Nova Petrópolis, que está perto do limite de 20 moradores.

Segundo os conselheiros, a administração municipal justificou o fechamento das unidades Raio de Sol e Arco-íris, ambas localizadas no bairro Assunção, devido ao afastamento de 26 dos 51 funcionários que pertencem ao grupo de risco da Covid-19, mas também, que aproveitaria o momento para reformar as residências, o que, de acordo com os conselheiros, não foi feito.

O problema é a falta de vagas para acolher menores, já que a única casa em atendimento está com 18 das 20 vagas ocupadas. Além disso, os conselheiros afirmam que aguardam o repasse de recurso financeiro emergencial, negociado junto à administração, para minimizar problemas com a falta de profissionais afastados.
A equipe de reportagem do Diário conversou com três conselheiros do município, que preferem não se identificar. A preocupação também é pela contaminação dos menores pelo novo coronavírus, sobretudo porque três jovens que foram acometidos pela doença estão tendo de fazer isolamento em espaço disponibilizado pela secretaria de saúde, denominado Casa Convida, na qual, em princípio, serviria para que adultos em situação de vulnerabilidade pudessem se cuidar.

“Durante a pandemia, estarmos somente com uma casa de acolhimento, e ainda mais lotada, é um risco para todos, tanto para as crianças e jovens quanto para os funcionários. Já temos três jovens em uma casa com adultos, justamente por falta de espaço”, reclamou uma conselheira. “Além disso, contamos com apenas dois funcionários na casa Andança, o que é preocupante devido ao número de moradores. Com o afastamento dos 26 profissionais, precisamos que haja reposição urgente”, cobrou a profissional.

Outro conselheiro diz que teme não ter amparo na casa do município caso precise acolher algum jovem durante a pandemia. “Os casos de violência doméstica estão em alta por causa da pandemia e pode haver deficit de vagas para acolhimento de menores se as demais residências permanecerem fechadas”, ressaltou.
Questionada, a Prefeitura informou que durante a pandemia os acolhimentos estão sendo concentrados no Espaço Andança e, em caso de necessidade, poderão ser expandidos para o Espaço Raio de Sol, “cuja reforma foi concluída em 2019”. Em nota, a administração municipal ressaltou ainda que não há lotação, já que, “neste período, apenas 17 adolescentes estão em acolhimento no Espaço Andança, que dispõe de 20 vagas e, emergencialmente, pode chegar a 22”.

Sobre os três adolescentes que estão instalados na Casa Convida, dedicada apenas a adultos, a administração municipal disse que o local funciona como espaço hospitalar, com quartos separados, área comum de convívio e equipe permanente de enfermagem. “A Fundação Criança tem mantido um educador 24 horas por dia na Casa Convida, a fim de dar todo o respaldo necessário ao adolescente.” 




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