Política Titulo Coronavírus
ONG que atuou no RS tenta repetir feito na região

Impulso ajudou a conter casos gaúchos de Covid; sobre Grande ABC, diz que não era hora de reabrir

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
20/06/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


A ONG Impulso foi uma das parceiras do governo do Estado do Rio Grande do Sul no combate à disseminação inicial do novo coronavírus, em política que virou modelo em outros Estados do País. Na visão do gestor de políticas públicas Marco Brancher, que atua na entidade, é possível replicar o trabalho feito em território gaúcho no Grande ABC, mas ele alerta que a dificuldade aumenta diante dos passos traçados pelo governo de São Paulo.

No mês passado, o Rio Grande do Sul, que tem 11 milhões de habitantes, registrava 100 mortes e apenas 1% de circulação do vírus. No Amazonas, por exemplo, que tem 3,9 milhões de moradores, 390 mil estavam infectados à época, com 1.500 mortos. O poder para conter a disseminação virou case – e a Impulso foi convidada a traçar planejamentos semelhantes em diversos pontos do Brasil, entre eles o Grande ABC.

O primeiro passo adotado pelo governo de Eduardo Leite (PSDB) foi o isolamento físico rigoroso – em Porto Alegre, Capital, a média de pessoas em casa era de 70%. Concomitantemente houve desenho de plano de retomada da economia por meio de fases de riscos. A Impulso ficou responsável por criar algoritmos que tratassem os cenários de maneira técnica, minimizando a influência política.

Rio Grande do Sul tem quase 19 mil infectados atualmente, com pouco mais de 400 mortes. São Paulo, cerca de 180 mil diagnosticados com a Covid-19, sendo quase 11 mil óbitos. O Grande ABC tem mais mortes (pouco mais de 900) do que todo o território gaúcho.

“Queremos disseminar no Grande ABC as boas práticas do Rio Grande do Sul, com protocolos e ordem dos setores comerciais aptos a abrir dentro das fases”, disse Brancher. “Mas há alguns pontos diferentes. Não vejo (no Plano São Paulo) a divisão ideal. A Região Metropolitana quer se dividir em municípios, praticamente, é algo muito ruim. É impossível você desassociar a Capital do Grande ABC. É algo supercomplexo”, avisou o especialista.

Diferentemente da proposta gaúcha, o Plano São Paulo divide a situação econômica em cinco faixas – vermelha, laranja, amarela, verde e azul – e separa municípios em regiões administrativas. Na Grande São Paulo, entretanto, a Capital foi avaliada à parte da Região Metropolitana, que, por sua vez, foi fatiada em outras cinco áreas.

Brancher afirmou que a ferramenta desenvolvida pela ONG busca dar pesos às ações de saúde e de economia, para que o cálculo sobre possível reabertura seja feito sem pressões políticas. Diante dos números da região, entretanto, ele é categórico: não era hora de reabrir, como aconteceu na segunda-feira. “Todo Grande ABC e a Região Metropolitana estão, na nossa classificação, como risco vermelho. Não seria o momento de iniciar processo de reabertura. Era preciso fechar tudo e usar o tempo para pensar na retomada.” 




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