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Livro fala do delicioso mundo das especiarias
Por Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
26/12/2003 | 18:52
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Na apresentação do recém-lançado livro Viagem ao Maravilhoso Mundo das Especiarias (José Olympio, 232 páginas, R$ 35), a jornalista Sandra Moreyra compara a autora da obra, Rosa Nepomuceno, à Florença, na Itália, lugar no qual descreve, com absoluta precisão, a presença de oliveiras, ciprestes, tomilhos e alecrins na paisagem. "Como a cidade da Toscana, ela é uma colecionadora de aromas". E continua: "Em seu apartamento, no Jardim Botânico, ervas perfumadas florescem em pequenos vasos e as especiarias estão por toda parte, inspirando textos e também os amigos que a cercam".

Rosa nasceu em Botucatu, no interior paulista, e radicou-se no Rio há 27 anos. Foi criada em uma casa grande, com quintal, horta e jardim, como ela mesmo conta no prefácio. Na época, as ervas eram usadas como temperos e remédios e cresciam à vontade nos canteiros para atender às exigências do dia-a-dia.

Na década de 70, já no Rio, cultivou plantas em um sítio em Nova Friburgo, abriu uma empresa de paisagismo e escreveu sobre gastronomia em diversas publicações. Em 1999, veio seu primeiro livro, Música Caipira da Roça ao Rodeio.

Há seis anos, no entanto, Rosa foi incentivada pela irmã, Margarida – uma "apaixonada pela boa mesa e inspirada inventora de receitas", como descreve a autora –, a 'brincar' mais com as ervas. Rosa passou a notar que as plantas aromáticas ganhavam cada vez mais espaço na cozinha, assim como as publicações sobre elas. E começou a idealizar Viagem ao Maravilhoso Mundo das Especiarias.

Pesquisou espécies desde sua origem e procurou colaboradores. "Como nunca, minha casa recendeu a cheiros exóticos e, ao mesmo tempo, familiares, a flores e a terra, a sementes e a incensos, às hortas do meu pai", escreve. O trabalho foi árduo, principalmente quando Rosa deparou-se com informações contraditórias. Ela optou, assim, por fontes como o norte-americano H. Liberty Bailey, autor de The Standart Cyclopedia of Horticulture, e o inglês Deni Bown, de The Royal Horticultural Society.

Na introdução, Rosa compara a história dos condimentos naturais à própria humanidade, "à sua necessidade de sobreviver, de reinventar os alimentos, de recuperar a saúde, prolongar a juventude, driblar a morte, de reverenciar o incompreensível por meio dos rituais mágicos".

A narrativa do livro é quase a de um romance, embora seu formato seja semelhante ao de um dicionário, que aborda de açafrão a zimbro. Isso porque Rosa freqüentemente abre adendos e relembra fatos marcantes da história que são relacionados às especiarias.

Os nomes dos capítulos dão uma idéia do formato. A parte 1, intitulada A Viagem, traz Tomilho, Alecrim e alho, sabores e cheiros da Europa ensolarada; Cominhos, pimentas e dendê, os legados da mãe África; Açafrão, cebolas e rosas no portal do Oriente; Beleza, sangue e lágrimas no paraíso das especiarias; Temperos do Pacífico; Jóias do Novo Mundo: pimentas, orquídeas, cipós e favas; A dança das especiarias: moscadeiras no Atlântico, baunilhas no Índico; e Sabores do Brasil: pimentas dos índios e exuberâncias d'além mar. Já a parte 2 ensina a como temperar os alimentos. E a última, Sabores que Curam, é dedicada às ervas medicinais.




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