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Vereadores consideram revogar aumento do salário

Parlamentares governistas de S.Bernardo encaminham discussão para derrubar reajuste de 26%

Raphael Rocha
Do dgabc.com.br
14/12/2019 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Depois de o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), anunciar que vai vetar o projeto de lei aprovado pela Câmara para instituir o 13º salário aos vereadores, a base governista encaminhou discussão para revogar o reajuste de 26% aplicado aos vencimentos.

Na quarta-feira, por acordo de lideranças – ou seja, com aval de todos os parlamentares –, a casa aprovou elevar de R$ 15.031,75 para R$ 18.991,69 o contracheque dos políticos. A repercussão negativa começou no mesmo dia nas redes sociais.

O Diário apurou que, além da pressão popular – nas ruas e na internet –, o fato de alguns vereadores tentarem se desvencilhar da polêmica gerou forte mal-estar entre os políticos. A principal crítica recaiu no vereador Julinho Fuzari (Cidadania).

Em suas páginas nas redes sociais, Julinho publicou vídeos se colocando como contrário às medidas. Parlamentares ouvidos sob condição de anonimato pelo Diário criticaram o colega, dizendo que ele queria se viabilizar “como herói” depois de ter avalizado o aumento salarial e a aplicação do 13º salário. Houve questionamento à postura de Mauro Miaguti (DEM), que, também na internet, disse ser contrário ao reajuste.

Outro fato fomentado por Julinho gerou repercussão entre os vereadores: a apresentação da lista de quem autorizava a inclusão do projeto de reajuste e do 13º salário na pauta de votação da sessão de quarta-feira, uma vez que as propostas, originalmente, não estavam pautadas. O documento mostra os nomes de Ana Nice Martins (PT), Tião Mateus (PT), Rafael Demarchi (Republicanos), Miaguti e Julinho como os únicos que não rubricaram o papel. Essa lista, porém, não representa o retrato da votação das duas medidas orçamentárias.

Na visão dos vereadores, Julinho quis capitalizar sozinho politicamente com a situação, apesar de nada ter falado quando o assunto foi tratado, durante a sessão de quarta-feira. Julinho, aliás, tornou público ontem ofício ao gabinete do prefeito solicitando o veto ao projeto do aumento salarial.

A base de sustentação se reuniu no fim da tarde de ontem para debater quais passos seriam dados diante da repercussão negativa e da atitude de Julinho. A maioria defendeu a revogação da majoração nos vencimentos por meio de indicação à mesa diretora da Câmara, presidida por Juarez Tudo Azul (PSDB), uma vez que é projeto de resolução e, assim, foge da alçada do Executivo.

O martelo só não foi batido porque nem todos os 17 vereadores governistas estavam na cidade. Houve compromisso de agendar uma nova reunião, na segunda-feira, para costurar um desfecho a respeito. O Diário apurou que há sentimento formado para derrubar o reajuste, mas que os parlamentares iriam sentir repercussão nas ruas neste fim de semana sobre o impacto.

Entretanto, vários, nesta reunião, admitiram erro ao aprovar aumento salarial em momento de crise econômica e que estariam dispostos a fazer mea-culpa aos eleitores.

Na quarta-feira, ao aprovarem o reajuste, os parlamentares citaram que desde 2011 os subsídios não eram majorados e que havia defasagem. A aplicação dos benefícios, entretanto, só pode valer para a próxima legislatura. 




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