Quem já não acha tão estranho ver um urso polar nos arredores de uma praia no Havaí e quebra a cabeça para desvendar o que há por trás da seqüência numérica 4-8- 15-16-23-42 provavelmente é um aficionado por Lost, série norte-americana que retorna nesta segunda-feira à tela da Globo em sua segunda temporada. Famosa no mundo todo, mesmo enfrentando uma brusca queda de audiência nos Estados Unidos, a produção concebida por Jeffrey Lieber, J.J Abrams e Damon Lindelof tem como chave do sucesso a quantidade absurda de mistérios que surge a cada episódio desde que a história dos sobreviventes do vôo 815 da Oceanic Air começou a ser contada.

E é justamente com essa fórmula que parece não se esgotar de jeito nenhum que o público se confrontará nos próximos 24 episódios exibidos de segunda à sexta depois do Jornal da Globo. Apesar do horário ingrato, a entrada da segunda temporada da série na grade da emissora carioca deve alegrar muita gente, principalmente aqueles que não têm acesso à TV por assinatura.

Se durante a primeira parte de Lost o que se viu foi uma introdução ao drama dos que sobreviveram ao trágico acidente aéreo, a segunda temporada reserva aos telespectadores muito suspense e, claro, enigmas e mais enigmas. O primeiro episódio parte exatamente do ponto onde a primeira temporada se despede. Enquanto John Locke (Terry O'Quinn), Jack (Matthew Fox), Hurley (Jorge Garcia) e Kate (Evangeline Lilly) finalmente conseguem abrir a escotilha, Sawyer (Josh Holloway), Jin (Daniel Kim) e Michael (Harold Perrineau Jr.) são interceptados pelos Os Outros e o pequeno Walt (Malcolm David Kelley) é seqüestrado.

Desses dois acontecimentos se desdobram os demais da segunda temporada, entre eles – e talvez o principal –, a descoberta de que em outra área da ilha estão os sobreviventes da parte de trás do avião. Daí o grande trunfo da temporada: a apresentação de novos e complexos personagens que aumentam ainda mais o mistério em torno do que realmente está ocorrendo na ilha.

Aos que já pensaram nas mais diferentes explicações para a seqüência numérica que tanto assombra Hurley, uma surpresa pode vir por aí: talvez eles não sejam apenas números amaldiçoados como pensa o ex-atendente de lanchonete. E por falar em Hurley, o mais simpático dos personagens da série arrumará tempo até para paquerar na ilha. Já Shannon (Maggie Grace), que sofreu demais com a morte de Boone (Ian Somerhalder), não terá sorte também nesta nova temporada.

Enquanto a Globo volta nesta segunda-feira a exibir Lost, o canal pago AXN estréia no próximo dia 5 de março a terceira temporada da série – aquela que conta com a participação do brasileiro Rodrigo Santoro. Já o canal norte-americano ABC apresenta nesta quarta-feira o sétimo episódio da terceira temporada, em recesso desde 8 de novembro.

Fórmula do sucesso - Mesmo com a queda de audiência registrada nos Estados Unidos e a onda crescente de boatos que dão conta de que alguns dos principais atores de Lost estariam dispostos a deixar a série – entre eles Matthew Fox –, a produção ainda é uma coqueluche que não pára de render frutos. Na internet, além de fotos e textos, é possível assistir vídeos que ajudam a explicar alguns dos mistérios da ilha e ter acesso as mais diferentes versões – escritas por anônimos e famosos – sobre o que realmente está por trás de todas as histórias de Lost. Fazendo uma pesquisa rápida, o internauta descobre, por exemplo, que o mestre do suspense Stephen King imagina que tudo não passa de uma alucinação do doutor Jack, provavelmente dopado no aeroporto.

Nas livrarias, Jack e companhia também estão presentes. Lost – Identidade Secreta e Lost – Risco de Extinção, ambos de Cathy Hapka, tentam traduzir em páginas o universo dos sobreviventes do vôo 815. Programado para terminar em 2008, quando seus criadores finalizam a quarta temporada da atração, Lost não deixará de ser assunto tão cedo, mesmo porque é quando o episódio acaba que começa a melhor parte: as especulações sobre qual a verdade por trás de Lost.