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Grupo de entidades recorre à Justiça contra centro logístico

Ambientalistas questionam a liberação do empreendimento, orçado em R$ 780 milhões

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
05/06/2018 | 07:00
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 Diante do agendamento de audiência pública para apresentação de estudo de impacto ambiental do Centro Logístico Campo Grande, no dia 28, o MDV (Movimento em Defesa da Vida) recorrerá ao Poder Judiciário contra a liberação ambiental do empreendimento, orçado em R$ 780 milhões, que pretende ser erguido em Paranapiacaba, Santo André. A principal justificativa, segundo a entidade, além dos impactos ambientais previstos, é a de que a instalação do projeto é inconstitucional e ilegal, de acordo com o plano diretor municipal.

O encontro agendado pelo Consema (Conselho Estadual de Meio Ambiente) – etapa obrigatória para a obtenção das licenças ambientais – pretende debater o empreendimento junto à sociedade. O estudo de impacto ambiental aponta que para a consolidação do Centro Logístico Campo Grande – condomínio voltado à movimentação de cargas em área de aproximadamente 468 hectares – será necessária a perda de cobertura vegetal em área de Mata Atlântica de 91 hectares (o correspondente a 90 campos de futebol), perda de habitat e afugentamento da fauna para as áreas vizinhas. Além disso, estão previstos danos como alteração da qualidade do ar, assoreamento de cursos-d’água e alteração na qualidade das águas.

Conforme o ambientalista e presidente do MDV do Grande ABC, Virgílio Alcides de Farias, foram realizadas três reuniões na Secretaria do Estado do Meio Ambiente para discutir o assunto, sendo que na última, no dia 30 de maio, foi apresentado documento – assinado por representantes de entidades ambientais do Grande ABC – que aponta que o Plano Diretor de Santo André “veda” a instalação do centro logístico na área. “Mostramos que não é possível seguir com o licenciamento, porque é inconstitucional.”

A operação do Centro Logístico Campo Grande está prevista para iniciar no ano de 2024 e sua implantação se dará em fases. Estima-se que 60% do empreendimento estará ocupado em dez anos, e que tenha alcançado 90% de ocupação em 25 anos. Está prevista a abertura de 85 postos de trabalho para implantação do empreendimento e outros 1.200 para operação.

O Centro Logístico Campo Grande destacou, por meio de nota, que a audiência pública será oportunidade de “todos manifestarem suas opiniões sobre o projeto e esclarecerem dúvidas”. Além disso, reforçou que o projeto “atende às legislações municipais, estaduais e federais, inclusive o Plano Diretor do Município de Santo André”.

 

 




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