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Jovens são principais vítimas do trânsito

Em março, seis dos 11 óbitos registrados no sistema viário da região foram de pessoas com idade entre 18 e 24 anos; pedestres lideram estatísticas

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
20/04/2018 | 07:00
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EBC


 Jovens com idade entre 18 e 24 anos são as principais vítimas fatais decorrentes de acidentes de trânsito no Grande ABC. A informação consta em levantamento divulgado ontem pelo governo estadual por meio do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo).

Segundo o relatório, seis dos 11 óbitos causados por acidentes de trânsito na região no mês passado foram de jovens, em sua maioria, mortos em atropelamentos (veja tabela ao lado).

O indicador, que segue tendência do Estado, segundo especialistas, traz à tona dado alarmante: a imprudência de jovens não só na condução de veículos, como também no que diz respeito a sinalizações de trânsito.

“Muitos jovens se arriscam em travessias fora da faixa de pedestres, colocando sua vida em risco, sem contar aqueles que dirigem sob efeito do álcool. O resultado disso é apontado pelo próprio levantamento”, afirma o chefe do departamento de medicina de tráfego da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dirceu Rodrigues Alves Júnior.

Segundo o engenheiro de tráfego Humberto Pullin, tal indicador fica ainda mais evidente quando analisada a alta incidência de pedestres mortos na região. No mês passado, foram cinco casos, incluindo dois jovens. “As mortes de trânsito, em sua maioria, são causadas por imprudência e desrespeito às leis”, afirma.

Em março, municípios do Grande ABC reduziram em 38,89% o número de mortes no trânsito na comparação com o mesmo período de 2017. Passaram de 18 para 11 casos.

Para especialistas, no entanto, o indicador não deve ser comemorado. “Ainda é preciso reduzir mais esses números, em especial os das mortes de pedestres”, pontua Pullin.

Segundo a coordenadora do Movimento Paulista, Silvia Lisboa, ações do Estado em conjunto com municípios têm focado na redução dos indicadores. “Os pedestres são uma das nossas prioridades e incentivamos ações junto aos municípios e gestores de rodovias. Além de melhorias nas vias, trabalhamos para conscientizar a população de que é necessário evitar comportamentos de risco, como atravessar fora da faixa e das passarelas ou se distrair com o aparelho celular”, afirma.

Na análise da especialista, a queda do número de mortes mostra o reflexo desse trabalho. “Os índices já são resultado de maior mobilização de toda sociedade.”

 

PERFIL

A análise das ocorrências da região mostra ainda que a maior parte dos acidentes ocorre no período noturno (entre 18h e 6h). No mês passado, quatro ocorrências foram registradas neste intervalo de tempo. Das vítimas fatais, sete eram homens, o que representa 77,78% dos óbitos.

No Estado, no primeiro trimestre as fatalidades reduziram em 7,1%, passando de 1.298 para 1.206 ocorrências. Em março, foram 445 óbitos contra 473 no mesmo período do ano passado (-5,9%).




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