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Casal é preso por furto de combustível

Criminosos construíram túnel em imóvel na Vila Palmares, em Santo André, para transportar diesel extraído da refinaria de Capuava, em Mauá

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
12/12/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 Esquema de furto de combustível na Vila Palmares, em Santo André, foi descoberto pela Polícia Civil no domingo. Um túnel de cerca de 40 metros, que passava por baixo de três residências na Avenida Palmares, era utilizado para chegar até duto da Transpetro – que transportava diesel extraído da Refinaria de Capuava, em Mauá – e furtar o material. Um casal foi preso em flagrante por furto qualificado e associação criminosa.

Conforme a polícia, os criminosos chegavam a furtar até 60 mil litros de combustível por dia há pelo menos dois meses, tendo em vista a realização de até três viagens diárias com caminhão adaptado com tanque com capacidade para até 20 mil litros. Para ter acesso ao duto, foi instalada válvula que permitia a transferência do material.

O crime foi descoberto por meio de investigação do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) com informações da Transpetro. Conforme o delegado titular da 3ª Delegacia de Investigações sobre Crimes Patrimoniais contra Órgãos e Serviços Públicos Jan Plzak, as equipes localizaram quatro imóveis suspeitos na região e montaram campana nos locais. “Para subtrair o combustível é necessário um procedimento complicadíssimo. Só quem já trabalhou no setor consegue. Como eles instalam uma mangueira, no momento em que está acontecendo esta retirada cai a pressão do duto e a situação é demonstrada no equipamento instalado no Rio de Janeiro”, contou.

Jussara Aparecida Reis, 38 anos, e Isaac de Almeida Santos, 30, foram preso em flagrante no local. Os dois já tinham passagem pela polícia. Os próximos passos da investigação serão verificar para onde o combustível era levado e quem financiou a operação, que pode ter custado até R$ 200 mil.

Moradores da Avenida Palmares se surpreenderam com a descoberta, já que revelaram jamais ter observado atitude suspeita. O metalúrgico aposentado Mário Ramalho de Souza, 60, mora ao lado do terreno por onde passam os dutos e é proprietário de uma das casas localizadas acima do túnel clandestino. “Já cheguei a ver caminhão entrando lá (no imóvel), mas não desconfiava de nada deste tipo. O que me preocupa é o risco de rachaduras aqui. A Defesa Civil disse que teremos de sair se aparecerem (rachaduras)”, observa ele, que mora no local há 26 anos com mulher e dois filhos.

“O que a gente sabia era que a casa estava sendo reformada, mas nem escutava barulho de obra. A minha casa é velhinha, então, eu espero que aguente os reparos”, contou o modelador de peças automotivas Claudio Rocha, 59.

Por meio de nota, a Transpetro informou que não houve vazamento e não há risco de explosão. “Equipes da companhia foram mobilizadas para realizar o reparo no duto. As autoridades competentes foram comunicadas e a Transpetro colabora com as investigações.” A companhia afirmou que a maior preocupação é com a segurança dos moradores. Os reparos podem durar até cinco dias, de acordo com equipes do local.

O caso é o terceiro registrado na cidade neste ano. O primeiro ocorreu no Jardim das Maravilhas, em abril, quando um deslocamento de terra causou vazamento de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo). Em maio, outro crime foi descoberto em Utinga, quando o caminhão que fazia a retirada de diesel foi encontrado em galpão.




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