Economia Titulo Desde 2006
Vendas no varejo têm melhor abril desde 2006

Apesar de positivo, o patamar de vendas está
9,9% abaixo do pico histórico do comércio

Por Gabriel Russini
Especial para o Diário
14/06/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


As vendas do comércio varejista no País voltaram a apresentar desempenho positivo após dois meses ruins. Em abril, segundo a PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o varejo registrou 1% de crescimento em comercializações e 1,3% em receita nominal. Fevereiro e março acumularam queda de 1,6%.

Foi o melhor resultado para o mês desde abril de 2006, quando o índice apontou aumento de 1,1% nas vendas. Em abril de 2008 também houve crescimento de 1%. Em março deste ano, o varejo verificou o pior mês em 14 anos ao apresentar baixa de 1,9%.

Apesar do resultado positivo, o patamar de vendas está 9,9% abaixo do pico histórico do comércio, visto em novembro de 2014. Para Isabella Nunes, gerente da coordenação de serviços e comércio do IBGE, alguns ajustes sazonais influenciaram no percentual de abril. “A redução da inflação e os recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) têm impacto em atividades que são básicas, como o comércio.” Vale lembrar que a Páscoa desta temporada foi celebrada em abril.

Segundo o assessor econômico da Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), Fábio Pina, o resultado é sinal de melhoria gradativa. “O pior momento ficou para trás, mas o cenário ainda é de muita incerteza para empresários e investidores.”

Na avaliação do economista e professor da Escola de Negócios da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Volney Gouveia, é cedo para cogitar uma recuperação econômica. “A base deprimida de 2016 e a taxa de juro real elevada acabam ofuscando o resultado.” Para ambos os economistas, o desempenho dos meses seguintes pode ser afetado em razão da turbulência vivida no Planalto.

O panorama, já complicado, foi abalado a partir da delação de um dos proprietários do frigorífico JBS, Joesley Batista. No dia 17, vazou à imprensa a denúncia de gravação do presidente Michel Temer (PMDB) dando sinal positivo para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB), atualmente preso em Curitiba. “Ficaremos em banho-maria até as eleições de 2018”, comenta Gouveia.  




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