Política Titulo Ex-prefeito
Câmara de Ribeirão deixa Volpi inelegível

Casa mantém parecer negativo às contas de 2012 do ex-prefeito, que recorrerá à Justiça comum

Felipe Siqueira
Especial para o Diário
24/05/2017 | 07:00
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A Câmara de Ribeirão Pires manteve a rejeição das contas do último ano de governo do ex-prefeito Clóvis Volpi (sem partido) e deixou o político inelegível por oito anos. Volpi, que administrou Ribeirão entre 2005 e 2012 e concorreu à Prefeitura de Mauá no ano passado, já avisou que vai recorrer à Justiça comum por apontar falhas na condução do processo por parte da presidência do Legislativo.

Para ser absolvido, Volpi precisava do voto de 12 dos 17 vereadores. Recebeu apenas oito adesões – outros nove foram contrários ao ex-prefeito e seguiram recomendação do TCE (Tribunal de Contas do Estado), que reprovou a contabilidade do Paço do exercício de 2012.

As contas do ex-prefeito foram consideradas irregulares pelo TCE devido à contratação de médicos em período eleitoral e pelo fato de ele ter deixado restos a pagar de cerca de R$ 23 milhões para a gestão que o sucederia, de Saulo Benevides (PMDB).

Os nove favoráveis ao Tribunal de Contas e contrários a Volpi (confira placar total da votação em quadro ao lado) consideraram que o parecer não poderia ser refutado. Para parte deles, o laudo técnico não pode ser contestado. Outros declararam que, por serem de primeiro mandato, não podem ir contra o órgão.

“Pode acontecer alguma coisa lá na frente com a gente”, resumiu o vereador Danilo da Casa da Sopa (PSB), referindo-se a uma possível situação semelhante com o tribunal futuramente. Edmar Aerocar (PV) concordou com a afirmação do colega.

As declarações dos parlamentares foram criticadas por Volpi. “Todos eles têm interesses em comum em rejeitar minha defesa. Todo mundo quer ser prefeito, deputado, e me veem como inimigo, um cara forte. (Essa é uma) Análise idiota que políticos fracos fazem”, rebateu. “Nós entramos em rota de colisão com a Câmara.”

O ex-prefeito afirmou que não teve direito à ampla defesa no processo e que por isso vai recorrer. “Não fui notificado (sobre a sessão). Como que eu vou me defender?”, indagou. “Nós vamos entrar na Justiça, solicitando a anulação da votação”. O ex-prefeito Oswaldo Dias (PT), de Mauá, e José Auricchio Júnior (PSDB), atual chefe do Executivo de São Caetano, conseguiram reverter situação semelhante na Justiça, após terem parecer contrário mantido nas respectivas Câmaras. Volpi também citou que os prazos foram estipulados de maneira equivocada pelo presidente da Casa, Rubão Fernandes (PSD), hoje aliado do prefeito Adler Kiko Teixeira (PSB).

Quem votou a favor de Volpi apoiou argumentação de que não houve dolo, por parte do gestor público e que, para a contratação dos médicos, existia liminar que o autorizava a seguir com o processo. 




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