Economia Titulo
Franquia de baixo custo avança no Grande ABC
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
28/03/2010 | 07:00
Compartilhar notícia


Ao ficar desempregado, Decio Berto Junior decidiu aplicar parte do pé-de-meia num negócio que fosse barato e de baixo risco. Por indicação de uma amiga, conheceu a franquia Dr. Faz Tudo, especializada em reparos residenciais. Ele logo abraçou a ideia e investiu R$ 12 mil para abrir uma unidade, em Santo André.

De olho nestes empreendedores redes como Grupo Zaiom, Prepara Cursos e Emagrecentro estão criando opções de baixo custo, com aportes de R$ 10 mil a R$ 50 mil.

Para investir numa franquia, o ideal é que o interessado tenha conhecimento na área em que escolheu. Por ter experiência em consertos rápidos e instalação de alguns equipamentos eletrônicos, Berto optou por franquia nesta área.

"Decidi investir em mim. Espero que o retorno do investimento venha em até nove meses", diz o microempresário. A unidade foi aberta na sala comercial nos fundos do salão de cabeleireiro da esposa. Ele ainda convidou um empresário para ser sócio na empresa, que funciona desde o dia 23.

Enquanto os orçamentos são feitos, uma equipe de 33 prestadores de serviço como pedreiros, encanadores, jardineiros e marceneiros está pronta para atender as solicitações. "Esses profissionais são uniformizados e recebem orientação para lidar com os clientes", afirma.

Formatado há dois anos para atender este nicho, o Grupo Zaiom tem marcas voltadas para prestação de serviços como reparos domésticos, reforço escolar, manutenção de computador e cuidadores.

O sócio da Zaiom, Marco Imperador, lembra que as pessoas falam sobre investimento de R$ 100 mil ou R$ 200 mil como se não fosse muito dinheiro. "Muitas marcas não precisam de ponto de venda ou estoque, fatores que barateiam o custo."

MERCADO - De acordo o diretor executivo da ABF (Associação Brasileira de Franchising), Ricardo Camargo, a expansão das microfranquias é tendência mundial. "É uma boa opção para jovens recém-saídos da universidade." Áreas de alimentação, acessórios e pequenos serviços são as que oferecem mais oportunidades.

A diretora da consultoria Grupo Bittencourt, Liana Bittencourt, pontua que é preciso cuidado e não achar que o negócio é mais simples por ser menor. "O processo de seleção do candidato é o mesmo, independente da unidade custar R$ 50 mil ou R$ 1 milhão".

EDUCAÇÃO - A universitária Giuliana Pereira e a mãe Isabel Reis, queriam trabalhar no setor educacional e, depois de algumas pesquisas, destinaram R$ 15 mil, incluindo capital de giro, na abertura de uma unidade da Tutores, em São Caetano, em novembro.

"O baixo investimento e a possibilidade de atuar em diversas áreas nos motivou bastante", diz Giuliana. As duas contam com equipe de 20 profissionais que dão aulas de informática, música, inglês, reforço escolar e artes manuais para crianças e idosos.

O conceito é levar o serviço até a casa das pessoas. Com 20 alunos matriculados na escola, a estudante avalia que o retorno está ocorrendo de maneira rápida.

Redes formatam produtos para atender classes de baixa renda

O interesse dos jovens de baixa renda por qualificação profissional motiva empresas do setor a desenvolver franquias que ofereçam capacitação a preços populares. Foi a estratégia adotada pela Microlins, que criou a bandeira Ideal Cursos Profissionalizantes, cuja mensalidade varia entre R$ 49 e R$ 59, a metade da cobrada na rede principal da companhia.

Só neste ano, a Ideal deverá inaugurar 100 unidades, inclusive no Grande ABC, e matricular 50 mil alunos das classes D e E. O presidente da Microlins, José Carlos Semenzato, explica que o método de ensino interativo pelo computador, possibilita preços competitivos.

A modalidade também permite que o horário de aula seja flexível. O alvo são jovens de 15 a 25 anos, adultos e idosos que procuram inclusão digital.

Outra frente de ataque de Semenzato é o Instituto da Costura. De acordo com ele, a indústria de confecções é o segundo que mais abre vagas no País, assim como é gerador do primeiro emprego. São mais de 100 mil fábricas que produzem de 9,8 bilhões de peças por ano.

Franqueada da rede Prepara Cursos em Diadema, Kátia Martinelli, diz que a escola aberta em outubro tem cerca de 600 alunos matriculados. No período de um ano e meio, Kátia estima que a unidade estará com 2.000 frequentadores regulares.

CARTUCHOS - Além da proposta de sustentabilidade, a Eco Office, uma das marcas que estavam presentes na 1ª São Bernardo Franchising Business, garante fazer recargas de cartuchos de impressoras por valores populares para atingir principalmente a população da classe C.

Segundo Junior Nascimento, responsável pela expansão da rede, o cartucho de cor preta, por exemplo, custa R$ 20, enquanto um similar importado é vendido por R$ 30 e o original não sai por menos de R$ 40. A intenção é abrir em breve uma unidade no Grande ABC.

ALIMENTAÇÃO - Têm o mesmo foco a Casa do Sorvete Jundiá, que abrirá suas primeiras lojas neste ano com produtos voltados para as classes C e D, e a rede Gordão Lanches, que até o fim do ano terá seu primeiro restaurante em São Bernardo e desenhou cardápio de almoço com preços acessíveis ao bolso deste público.

"Servimos almoço executivo, incluindo suco, salada e bebida pelo valor de R$ 11. Sabemos que a classe C na região é forte, por isso teremos bons resultados na região", avalia Nascimento.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;