O diretório do PT de São Bernardo decidiu ontem à noite, em reunião, pregar neutralidade da legenda no segundo turno da eleição na cidade, entre o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) e o deputado federal Alex Manente (PPS).

O partido, que administra a Prefeitura na figura do prefeito Luiz Marinho, concorreu no primeiro turno com o ex-secretário Tarcisio Secoli, que ficou na terceira colocação, com 84.768 votos.

Por nota, a direção municipal reclamou de ataques midiáticos que, segundo a sigla, influenciaram diretamente na eleição em São Bernardo, “fazendo com que nossa candidatura, apesar de representar um governo amplamente aprovado pela população e reconhecido, inclusive, por adversários, não chegasse ao segundo turno”.

“Por isso, decidimos não nos manifestarmos, enquanto partido, sobre qualquer candidatura presente neste segundo turno, assegurando a liberdade individual de manifestação de todos os nossos filiados e militantes”, informou o PT, deixando claro que não haverá represálias aos posicionamentos pessoais de suas lideranças.

A reunião aconteceu na sede do diretório do PT, na Rua Tapajós, na região central. O prefeito Marinho não compareceu, assim como o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (coordenador da campanha de Tarcisio) e os vereadores José Luís Ferrarezi e Toninho da Lanchonete.

O tom foi de críticas contundentes ao PSDB, de Morando, contestações essas relatadas na nota oficial. “Esses ataques, que, nos planos nacional e local, têm no PSDB o seu maior porta-voz, fizeram com que o eleitorado – apesar de reconhecer os avanços promovidos ao longo dos quase oito anos de nosso governo – não acompanhasse nossa candidatura. (...) Sem dúvidas, é o grande beneficiário de todo o processo de desgaste a que está sendo submetido o PT e tem, aqui em São Bernardo, o seu representante no segundo turno.”

O Diário apurou que, no encontro, lideranças do núcleo sindical do petismo declararam que “o grande inimigo em São Bernardo” é Orlando Morando, sugerindo que militantes pensem na possibilidade de votar em Alex Manente. Nenhum dirigente quis falar oficialmente, por enquanto, o posicionamento individual. (Colaborou Leandro Baldini)