Há sete meses a corretora de imóveis Maria Donata Manfreda, 51 anos, luta para que a empresa de telefonia Vivo revele um número de celular não identificado no aparelho de seu marido.
O dono do número misterioso deixou gravado na caixa postal do também corretor José Carlos Mompean Origuela, 51 anos, a música Let it be, dos Beatles.
“Sei que essa é a banda predileta dele e quem mandou a mensagem também deve saber disso”, explica Maria.
Sem conseguir provar para a esposa que não conhece a pessoa que enviou a canção, o casal resolveu procurar o Procon. “Hoje é uma canção romântica, mas poderia ser uma ameaça de morte. Temos o direito de saber quais os números que nos ligam”, argumenta a corretora.
A Vivo chegou a ser convocada pelo órgão de defesa do consumidor para uma reunião com Maria, mas não compareceu.
Porém, para o Procon, quem telefona tem o direito de não se identificar. “O usuário pode ter a relação dos números para os quais ligou, mas não os que ligam para ele”, explicou a técnica de defesa do consumidor do Procon-SP, Marta Aur.
A operadora Vivo informou que a única forma da cliente conseguir o número é com uma ação judicial. Segundo a empresa, por questões legais o número não pode ser divulgado, se foi esse o pedido do proprietário da linha.
Em casos de ameaça de morte, o direto de quebra de sigilo é concedido pelo juiz.
(Supervisão de Artur Rodrigues)
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