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CEU Silvina será entregue com quatro anos de atraso

Em obras há mais de cinco anos, complexo educacional de São Bernardo beneficiará 1.292 alunos com 6 meses a 10 anos

Natália Fernandjes
do Diário do Grande ABC
30/12/2015 | 07:07
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Denis Maciel/DGABC


Cinco anos e três meses após terem sido iniciadas, as obras do CEU (Centro Educacional Unificado) Silvina, em São Bernardo, estão previstas para serem concluídas em fevereiro, com quase quatro anos e meio de atraso, já que a unidade deveria ter sido inaugurada em setembro de 2011.

O equipamento é destinado a 1.292 estudantes com idade entre 6 meses e 10 anos, o correspondente da creche até o segundo ciclo do Ensino Fundamental. Entre as sete cidades, São Bernardo é a que tem maior fila de espera por creche, com cerca de 4.600 crianças fora da escola.

O atraso na entrega do equipamento é resultado de diversos problemas no decorrer da obra. A última promessa da administração do prefeito Luiz Marinho (PT) era que o complexo fosse inaugurado no início de 2015, no entanto, houve necessidade de ajustes – não especificados pela administração – no projeto executivo. Antes disso, em 2011, os trabalhos foram interrompidos por cinco meses após a construção atingir a estrutura do alojamento José Fornari. O canteiro de obras foi novamente abandonado pela construtora responsável – H. Guedes Engenharia – no fim de 2014 e os trabalhos foram retomados há menos de quatro meses.

Em visita ao local na tarde de ontem, a equipe do Diário constatou que funcionários da construtora trabalham na finalização do prédio, que terá 24 salas, biblioteca, sala multimídia, quadra poliesportiva coberta, ateliê, salas voltadas à comunidade e área verde. Além da pintura interna do equipamento, que estava sendo executada, foi constatada necessidade de pintura externa, devido às pichações, e troca de vidros, que foram quebrados durante o período de abandono.

Moradores do Conjunto Habitacional Silvina, ao lado do CEU, destacam incerteza acerca do fim da obra. “Já escutamos muitas promessas de entrega e nenhuma delas foi cumprida. Enquanto isso, nossas crianças ficam aqui sem poder aprender”, ressalta a auxiliar de limpeza Maria de Fátima Rodrigues, 34 anos, mãe da pequena Mariana, 4.

O equipamento tinha custo inicial previsto de R$ 17,3 milhões, no entanto, demandará investimento 25,4% maior. De acordo com a lei número 8.666, conhecida como Lei de Licitações, os aditamentos não podem ultrapassar 25% dos custos originais.

A cidade conta com três CEUs atualmente: o primeiro foi inaugurado em 2012 e tem capacidade para 5.000 alunos, na Vila São Pedro – custo de R$ 60 milhões. O CEU Três Marias, no bairro Cooperativa, foi aberto em agosto de 2012 – R$ 26,8 milhões para beneficiar 1.292 crianças. O CEU Parque Havaí abriu as portas em setembro de 2014, com três anos de atraso. A previsão era de custo de R$ 7,8 milhões, no entanto, foram investidos 23% mais para 900 estudantes.

Apesar do histórico de atrasos, Marinho já prometeu outros dois complexos educacionais para a cidade: um no Alvarenga e outro na região ‘M’, que compreende o Jardim Laura, Parque Jandaia, Jardim Primavera e Parque Ideal. Os compromissos foram firmados em plenárias do OP (Orçamento Participativo) em 2014.

A construção do CEU Alvarenga depende da remoção de 11 famílias que ocupam terreno onde funcionava a empresa Cervin Indústria e Comércio Ltda, que faliu há dez anos. Não há prazos para que o projeto saia do papel. 




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