Em 2006, 250 mil pessoas receberam próteses ou órteses, de acordo com o Ministério da Saúde. Entretanto, dados do próprio ministério revelam que mais de 1 milhão de pessoas no Brasil ainda não conseguiram ter acesso a esses equipamentos. Próteses são aparelhos que substituem ossos ou cartilagens, enquanto órteses são equipamentos externos que ajudam o paciente a superar alguma dificuldade ou deficiência (palmilhas, cadeiras de rodas e aparelhos auditivos, entre outros).

A expectativa do ministério é de que a atual demanda aumente nos próximos três anos. No período, o SUS (Sistema Único de Saúde) deve atender mais de 1 milhão de pacientes.

Muitos dos pacientes com artrite  precisam de próteses. A doença desgasta e inflama as articulações tirando a mobilidade do corpo. Em alguns casos, para ter de volta os movimentos é necessário implantar aparelhos em vários membros. Também precisam de próteses – neste caso de uso externo – ou órteses sob medida pessoas com braços ou pernas amputadas. Esse também é o caso das pessoas que nasceram com deficiência e têm o direito de receber cadeiras de rodas, calçados ortopédicos e aparelhos auditivos.

Mesmo assegurado em lei, o acesso a esses aparelhos não é tão simples. O presidente do Grupo de Pacientes Artríticos de Goiás, Fábio dos Reis Fonseca, conta que a maioria das pessoas que procura a associação está na fila há muito tempo. “A espera pode chegar há três anos aqui.”

Além da dificuldade para se conseguir uma prótese ou órtese no Brasil, o presidente da Abotec (Associação Brasileira de Ortopedia Técnica), o médico Henrique Grego Maia, levanta outro problema: sem as adaptações necessárias e sem dinheiro para pagar pela manutenção dos aparelhos, que podem custar até R$ 4 mil, 60% dos pacientes abandonam as próteses de uso externo, principalmente a de braços e pernas.