Política Titulo Operação Lava Jato
‘PT tenta mostrar que Cunha é o único corrupto do Brasil’, diz Paulinho da Força

Deputado federal e oposicionista a Dilma, dirigente sindical ataca petistas e afirma que presidente da Câmara é ‘vítima de armadilhas políticas’

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
14/11/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


Integrante da bancada de oposição do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), o deputado federal Paulinho da Força (SD) reiterou ontem defesa ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), garantindo participação ativa do petismo em fatos que colocaram o peemedebista na mira da PF (Polícia Federal).

Alvo da Operação Lava Jato, Cunha agora está contra parede após descoberta de existência de contas bancárias em seu nome na Suíça. À CPI da Petrobras, ele assegurou não possuir dinheiro depositado no Exterior e, por conta disso, é investigado no Conselho de Ética no Congresso, por quebra de decoro parlamentar, por supostamente ter mentido. Ele nega as acusações.

A argumentação de Paulinho de Força foi proferida durante ato político do Solidariedade na Câmara de Santo André, que reforçou a pré-candidatura a prefeito do vereador Ailton Lima, em 2016 (veja mais ao lado).

“O PT busca terceirizar a corrupção. Tenta mostrar que o Eduardo Cunha é o único corrupto do Brasil. É tática. Eles procuram jogar pessoa na frente para se livrar da culpa”, exemplificou Paulinho da Força, que está em seu terceiro mandato em Brasília e se mostra um dos mais próximos de Cunha.

“Se (Cunha) cometeu erros, cabe ao Ministério Público investigar. Agora, ele me mostrou passaporte que possuía 37 viagens à África. Não foi passeando, com certeza. Se foi dessa forma que ele acumulou dinheiro no Exterior, volto a insistir pela apuração dos órgãos competentes. O que precisa ser dito que a corrupção na Petrobras foi colocada pelo Lula e pela Dilma. Destruíram a estatal, por má gestão e pela roubalheira desenfreada”, adicionou o deputado. Cunha justificou que o 1,3 milhão de francos suíços vem de investimentos feitos por ele na África. “Não acredito que tenha mentido no depoimento da CPI. Em relação ao dinheiro, ele tem mostrado disposição em argumentar toda a situação”.

Em tom crítico, Paulinho da Força voltou a destacar luta pelo impeachment de Dilma, além de tecer duras críticas à política econômica do País. “Tenho viajado por todo o Brasil e o cenário é caótico. Os únicos não afetados são os bancos, porque esse governo deixou que as empresas fossem especuladas. Somos um dos maiores produtores de minério de ferro, porém estamos na contramão. Nossa mercadoria é entregue à China, que depois nos vende. Aos poucos as empresas nacionais vão morrendo dessa forma.”

“Insisto para derrubar a Dilma, porque ainda faltam três anos e dois meses para o término do seu mandato. Se estivesse no último ano, até falaria para aguardamos, mas com esse tempo ainda, precisa ocorrer logo. Queria passar o Natal sem a Dilma no poder”, complementou.

Ato reforça pré-candidatura de Ailton Lima

Liderado por seu presidente nacional, Paulinho da Força, o Solidariedade reforçou projeto de candidatura ao Paço de Santo André na eleição do ano que vem, em empreitada que terá o vereador Ailton Lima à frente. O anúncio ocorreu em ato, na sede do Legislativo andreense, que contou com a presença de 200 pessoas.

“O Ailton tem sido uma figura importante na oposição da cidade, firme. Houve várias tentativas de levá-lo ao governo (de Carlos Grana, PT) e ele resistiu, com comportamento cada vez mais crítico. Conversamos toda semana e tenho total confiança nele”, discursou Paulinho da Força, que apresentou 53 pré-candidatos a vereador no encontro.

Ailton relembrou sua trajetória de vida, destacando formação sem a presença do pai. “Vim de Pernambuco para Santo André para encontrar meu pai. Não foi possível. Tive muitas dificuldades, mas sempre enfatizei: ‘Eu acredito’. E assim será esse projeto político”, comentou ao justificar a candidatura.

CENÁRIO
Também presente no ato, o presidente estadual do Solidariedade, Davi Martins, afirmou que vislumbra outras duas candidaturas. “Em São Bernardo, estamos namorando o Marcelo Lima (vereador do PPS). Se ele vier, viabilizaremos projeto. E em Mauá, devemos concretizar plano com o Irmão Ozelito (ex-vereador). Nas demais, estamos trabalhando apoio”, contou.




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