Mais de 3 mil militares norte-americanos concluirão na noite deste domingo, no deserto do Kuait, um exercício de treinamento classificado pelas autoridades norte-americanas como exercício "de rotina". O treinamento será finalizado com um exercício no qual serão utilizadas armas reais e do qual participarão mais de mil veículos militares, antes de regressarem às suas bases na segunda de manhã.

As autoridades insistem no fato de que este treinamento não faz parte de um projeto de ataque contra o Iraque a partir da fronteira norte do Kuait. "Não se trata de um exercício de guerra. Este treinamento estava programado desde maio ou junho", afirmou o coronel Mike Presnell, à frente de uma das três divisões do Exército que participam das manobras.

Mas, com o reforço do dispositivo militar norte-americano na região e a crescente pressão de Washington contra o regime do presidente iraquiano Saddam Hussein, o treinamento ganhou desta vez uma dimensão diferente nos meios de comunicação.

Mais de 20 jornalistas foram convidados a assistir às manobras. Entre eles, o jornalista francês Patrick Bourrat, enviado especial do canal de TV privado TF1, que morreu atropelado por um tanque durante as operações.

As autoridades afirmam que cerca de 15 mil soldados norte-americanos estão no Kuwait e cerca de 65 mil na região do Golfo. Mais 50 mil soldados são esperados na região em janeiro. Também foram enviados ao Kuait 24 helicópteros de combate Apache, tanques e veículos militares.

O treinamento aconteceu todos os dias sem interrupção. Os meios de comunicação tiveram acesso a novos acampamentos construídos em pleno deserto. As bases norte-americanas -Virgínia, Nova York, Pensilvânia, Nova Jersey e Commando - cresceram como cogumelos no deserto ao norte do Kuait. Um novo acampamento, Arifjan, também foi construído no sul do país.