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Escolha da babá certa exige cuidado
Fabiana Chiachiri
Do Diário do Grande ABC
05/10/2008 | 07:04
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O momento de voltar ao trabalho e deixar os filhos sob os cuidados de uma outra pessoa pode ser bastante complicado para algumas mães, especialmente com a divulgação na mídia de episódios em que crianças sofrem maus-tratos por parte de babás. O mais recente deles foi em Recife (PE), no mês passado, quando câmeras escondidas em uma residência flagraram uma mulher de 46 anos puxando os cabelos e espetando com um palito de dente a menina de 2 anos de quem tomava conta. A babá foi demitida, e os pais da vítima registraram boletim de ocorrência contra a mulher.

A contratação de uma babá requer alguns cuidados. Buscar referências, pedir atestado de antecedentes criminais, fazer uma boa entrevista e participar de perto da adaptação são dicas que podem trazer tranqüilidade às mães. "Mesmo com todos esses cuidados, a escolha da babá pode ser inadequada. Por isso, como última etapa da seleção, oriento que a mãe visite a casa da candidata. Ali ela terá uma série de informações que poderão responder algumas questões", diz Roberta Rizzo, diretora nacional da Rede Kanguruh, empresa especializada em contratação de babás.

A checagem dos antecedentes criminais e uma boa entrevista são essenciais. Roberta aconselha os pais a não aceitarem atestado de bons antecedentes. "Esse documento só informa se ela não deve nada ao tribunal de contas, mas não garante a idoneidade da pessoa. É preciso o atestado de antecedente criminal."

Outra dica é fazer a entrevista com calma. "Acredito muito na linguagem corporal. Prolongue a conversa e repita perguntas em momentos distintos para ver se a profissional cai em contradição. Aquela babá que dá mais atenção à mãe do que ao filho deve ser descartada. Essa é uma indicação de que a profissional está mais interessada no dinheiro do que na criança", diz Roberta.

O próximo passo é o período de adaptação. Essa fase é importante para que a relação de confiança se estabeleça entre mãe, criança e babá. "É um período que a mãe deve acompanhar todo o trabalho da babá, observando-a e checando o que foi feito. Nessa hora, a profissional precisa de orientação para gerar sintonia entre as partes", explica a psicóloga Ângela Clara Corrêa, diretora da Unire Desenvolvimento Humano. "Deixar a babá sozinha pode gerar ansiedade, angústia e medo na criança."

Para avaliar se a criança se sente tranqüila sob os cuidados da babá, é importante que a família se atente ao seu comportamento, como variações de humor, apetite e sono. "O melhor termômetro para saber se a profissional está agindo adequadamente é observar se houve mudança brusca no agir do seu filho. Muitos não falam, mas demonstram por meio de sentimentos", afirma a psicoterapeuta infantil Celina Sevieri de Lima.

No entanto, se a mãe encontrar o filho chorando, agitado e muito nervoso, ela deve lembrar que as crianças descarregam suas paixões e sentimentos intensos nas pessoas que são importantes para elas. Trata-se, na maioria das vezes, de uma reação saudável de ligação com a mãe. "Num primeiro momento não se deve responsabilizar a babá pela irritação do filho nem atribuir culpas, mas refletir sobre o significado do comportamento da criança", diz Roberta.




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