Os roubos e furtos de veículos diminuíram na região. A queda foi de 15,3%, diminuição três vezes maior que a do Estado, de 5%. Os números, no entanto, ainda são alarmantes. Dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública revelam que nos três primeiros meses deste ano, 4.617 veículos foram furtados ou roubados nas sete cidades do Grande ABC. No mesmo período do ano passado, foram 5.457 carros.

Na região, os furtos (veículos levados sem ameaça e, geralmente, quando o dono não está presente) subiram apenas em São Caetano. A Polícia Militar desconfia que a alta de 23,7% neste tipo de crime se deva a fraudes contra seguros. A fama da cidade de pólo de alta concentração de roubos e furtos de autos serviria para forjar supostos roubos ou furtos, sem que as seguradoras desconfiassem do esquema. Na verdade, os carros seriam vendidos para desmanches e os donos ainda receberiam a restituição do seguro.

"Temos vários indícios que reforçam essa suspeita de que São Caetano se tornou um local adequado para fraude de seguro. Em todas as outras cidades, o trabalho da polícia preventiva teve absoluto resultado. Chegamos a ter quatro viaturas por quilômetro quadrado em São Caetano. Coisa que não existe em lugar nenhum do mundo. Não existe lógica nessa alta", justifica o coronel do CPA-M/6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitano 6), Renato Aldarvis.

Proporcionalmente à sua população, São Caetano ultrapassou a líder Santo André tanto nos roubos (quando há ameaça à vítima) quanto nos furtos no ano passado. O delegado seccional de São Bernardo, Marco Antonio de Paula Santos, também responsável pela cidade, afirma que a oferta de veículos novos e semi-novos e o grande número de carros estacionados na rua favorecem os furtos.

No primeiro trimestre deste ano, com investimento pesado em policiamento preventivo e investigativo em São Caetano, ocorreu significativa diminuição dos roubos, de 29,3%. A queda nos roubos também ocorreu nas demais cidades do Grande ABC, com exceção de Diadema, que teve aumento de 10,8%, e de Ribeirão, com 22,2% de alta.

O comandante da PM na região, Renato Aldarvis, atribui os bons resultados em quase todas as cidades a vários fatores. O planejamento das ações da polícia, baseado na necessidade de cada área, seria uma das táticas que contribuíram para as quedas. Outra estratégia adotada seria a atenção dada pelas viaturas às motocicletas, veículo bastante utilizado em assaltos.

Santo André, cidade que liderou o ranking de roubos e furtos de 2001 a 2004, teve queda expressiva nos dois quesitos. A cidade ainda tem, em números absolutos, mais casos nos tipos de crime, mas os furtos diminuíram 29,3% e os roubos, 13,4%. "Só em abril, prendemos 33 ladrões de carro e receptadores, todos maiores de idade. Além disso, detivemos mais dez adolescentes. Esse tipo de ação, logicamente, afasta a criminalidade. O criminoso vê que a polícia está prendendo e muda o local de ação", avalia o delegado seccional de Santo André, Luiz Alberto de Souza Ferreira.

São Bernardo, que fechou o ano passado em alta, teve queda de 24% nos furtos e 13,5%, nos roubos, nos três primeiros meses de 2006.

Crimes – Segundo o coronel Renato Aldarvis, da PM, os furtos e roubos ocorrem em locais de diferentes perfis. Os furtos ocorrem em áreas onde há mais oferta de veículos e, geralmente, onde há baixo índice de violência. "Locais de furto são de oportunidade, ficam mais afastados, onde os veículos estão estacionados com os demais."

Já os roubos ocorrem em locais de maior trânsito e índice de violência. "Os pontos que são mais freqüentados pelos criminosos", pontua o coronel.