O ex-prefeito de São Caetano e hoje secretário paulista de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), classificou como "retaliação" o ato de convocação do ex-diretor do DTI (Departamento de Tecnologia da Informação) Elinton Piratello para prestar esclarecimentos na Câmara. O ex-servidor foi intimado pela comissão especial mista - que investiga a dívida de R$ 264,5 milhões - para explicar contratos firmados na gestão passada e considerados "suspeitos".

Para Auricchio, a atitude tomada pelo grupo foi desnecessária e tem foco em perseguição política. "Não adianta chamar alguém para dar explicações, é um desconhecimento técnico. Todos os contratos a que eles se referem estão em posse da Prefeitura. A avaliação deve ser feita e se eles acharem necessário podem remeter ao Ministério Público e outros órgãos de fiscalização." A ex-prefeiturável governista Regina Maura Zetone, que deixou o PTB recentemente, foi a principal rival de Pinheiro na eleição do ano passado.

A comissão especial mista considera os contratos firmados na gestão passada confusos, sem explicações de finalidades e de valores acertados.

O chamamento do ex-diretor do DTI foi atrasado por uma confusão na comissão que queria aprovar requerimento em plenário. No entanto, o grupo funciona com a prerrogativa de uma CPI e pode fazer convocações sem consultar a Câmara. A decisão foi aprovada por unanimidade entre os nove integrantes na quita-feira. Caso Piratello não acate a primeira intimação, outras duas serão encaminhadas - a presença dele não é obrigatória. "Se ele não comparecer, vamos acionar o Ministério Público", informou o vereador Eder Xavier (PCdoB).

INCENTIVO

O ex-prefeito contestou o discurso do presidente do Itescs (Instituto de Tecnologia de São Caetano), Renato Grau, de que a sua gestão não abriu espaço para a entidade e não frustrou a criação do Parque Tecnológico na cidade. O petebista destacou que o instituto foi fundado em 2006 (segundo ano de seu mandato) e instalado nas dependências do campus I da USCS (Universidade de São Caetano). "Há um paradoxo na fala dele. Nós, inclusive, fizemos um repasse de um financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para fomentar o setor. Ele diz que as áreas (bairro Cerâmica) foram para empreendimentos imobiliários, as áreas sempre foram privadas. E quem faz esse planejamento de Parque Tecnológico é o Estado, que inclusive, discute a implantação no Consórcio (Intermunicipal do Grande ABC)."