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Banco de fomento ganha
espaço no Grande ABC
Por Leone Farias
Diário do Grande ABC
20/06/2011 | 07:11
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As operações do banco de fomento estadual Nossa Caixa Desenvolvimento, aos poucos, começam a engrenar na região. Até maio deste ano, os financiamentos feitos pela instituição financeira somaram R$ 18,8 milhões no Grande ABC, com 64 contratações.

O número de contratos ainda é considerado pequeno pela própria instituição. No entanto, o banco - que iniciou atividade em outubro de 2009 -, até maio de 2010 não tinha feito nenhum desembolso para os sete municípios. Depois, em dezembro, os empréstimos já somavam R$ 12,3 milhões, com 49 operações. E nos primeiros quatro meses de 2011, o valor dos desembolsos chegou a R$ 14,9 milhões. Dessa forma, de abril para maio, houve alta de 26%.

Apesar da evolução, o presidente da Nossa Caixa Desenvolvimento, Milton Luiz de Melo Santos, assinala que há potencial para crescer bastante. "Gostaríamos de ter desembolsado muito mais. Não foi melhor em função do desconhecimento (em relação às linhas de crédito)", avalia.

Representantes da indústria afirmam que a falta de conhecimento é um dos problemas, mas não o único. "Para ter acesso aos recursos, tem de ter certidão negativa de débito com a Receita Federal e com o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e também precisa ter certificado de que está regularizado com o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Muitas empresas não têm esses documentos", diz o diretor da regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo em Santo André, Shotoku Yamamoto.

Entretanto, o dirigente do Ciesp salienta que, para quem tem essa documentação, vale a pena. "É um recurso bom e barato". Isso porque as taxas são subsidiadas. Linha para financiar a compra de máquinas novas tem juros de 0,65% ao mês, com correção pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, e prazo de 60 meses, incluindo carência de até 12 meses.

O foco principal do banco é o crédito para pequenas e médias empresas investirem em expansão (compra de máquinas, obras de ampliação etc). Mas há também recursos para capital de giro (aquisição de matéria-prima, por exemplo).

O segmento mais atendido é a indústria (70,5%). Já a área de serviços tem participação pequena, mas vem se destacando. Saltou da fatia de 10,6% em janeiro para 12,1%. Com atuação nesse ramo, o empresário Reinaldo Rodrigues Filho - sócio na Northeast Desenvolvimento de Produtos, de Santo André -, ficou satisfeito com o financiamento. "Estávamos querendo ampliar a empresa e, primeiro, recorremos a um banco privado, mas a taxa era alta (3% ao mês) assinala. Ao ser apresentado à instituição, constatou a vantagem. Para a linha que buscava (para compra de softwares importados), conseguiu juros de 9% ao ano. "É uma diferença significativa", reconhece.

NO ESTADO - Em todo o Estado, a Nossa Caixa Desenvolvimento já emprestou até maio R$ 320 milhões, com 1.570 operações. Em dezembro de 2010 o banco havia emprestado R$ 280 milhões, o que já era quase dez vezes mais que o montante (R$ 29 milhões) do final de 2009. O presidente da instituição, Milton Luiz Melo Santos, salienta que ainda há quase R$ 700 milhões de capital disponível para empréstimos.

O banco busca fechar convênios com entidades empresariais, que ficam autorizadas a oferecer o crédito da instituição. Nesta quarta-feira, formaliza acordo com o Sindicato das Indústrias Gráficas do Grande ABC. Além desse sindicato, já há parcerias, por exemplo, com Ciesp, Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e Associação Paulista de Supermercados.

 




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