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Alunas da região criam projeto que minimiza gastos com energia

Iniciativa das estudantes de engenharia ajuda empresas a entender melhor custo da produção

Por Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
12/11/2020 | 00:01
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André Henriques/DGABC


Duas alunas do Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano, desenvolveram projeto capaz de reduzir o custo no ambiente industrial e que ajuda na gestão de energia para que as empresas possam dar o preço correto ao produto final, evitando prejuízo. A ideia da andreense Paloma Meneleu de Azara, 23 anos, que cursa engenharia elétrica, e da paulistana Thamara Thodesco Rafacho, 24, aluna de engenharia de controle e automação, demorou nove meses para ficar pronta e foi um dos destaques da mostra de trabalhos de conclusão de curso.

O projeto tem sido testado em duas máquinas (robôs), de fabricantes diferentes, que estão instaladas na própria faculdade. Elas simulam movimentos diversos para produção de bandejas de madeira em baixa escala. Em uma das máquinas, o consumo esperado pelo fabricante é de 0,80 por kWh. Na outra, é de 1 kWh. Cada kWh custa, em média, R$ 0,80. A ferramenta das alunas mostrou que no primeiro caso o gasto real é menor, de 0,6 kWh. E na segunda, de 1,5 kWh, ou seja, maior do que o indicado pelo fabricante. “Se confiasse só no fabricante você perderia dinheiro (no segundo caso), pois precificaria mais barato quando poderia pedir mais, já que está gastando mais energia para produzir”, explica Thamara.

“O intuito é apresentar ferramenta de fácil entendimento para o gestor de uma empresa analisar e gerenciar os custos de energia. A ferramenta tem a função de auxiliar no gerenciamento de custos, detectar possíveis fugas de energia, localizar facilmente o local com defeito, escolher o melhor horário para funcionamento das máquinas com objetivo de reduzir custos”, explica Paloma.

Segundo Thamara, a ideia surgiu ao analisar os custos na fabricação de um produto e como isso interfere na precificação. “A energia elétrica investida na fabricação não pode ser mensurada apenas com a conta de energia, desse modo o gestor fica suscetível a errar ao precificar o produto.”

A ferramenta consiste na união de dois servidores, que são gratuitos. Thamara explica que um deles recebe os dados e os passa ao outro, que exibe as informações de forma didática por meio de interface on-line. A aluna explica que se o servidor não estiver ligado à internet é possível acessar os dados apenas na rede da empresa. Caso contrário, é possível consultar até pelo smartphone.

A ideia inicial era aplicar o projeto em fábrica real, o que não foi possível devido à pandemia. Com isso, foi necessário criar planta piloto com os robôs e máquinas disponíveis e integrar os dispositivos no laboratório da faculdade.

Agora, com o trabalho entregue, as futuras engenheiras vão estruturar ainda mais o projeto e depois oferecer ao mercado. Segundo Thamara, a ferramenta pode ser adaptada de acordo com a necessidade de cada indústria. “Temos como cliente principal equipe de gestão de energia, seja de pequenas empresas, seja no âmbito industrial. Porém, a aferição de energia pode ser implementada em outros tipos de ambiente, como prédios inteiros, por exemplo”, conclui Paloma.




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