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Na região, 40% dos vereadores cogitam mudar de partido

Janela de troca de sigla abre amanhã e ao menos 55 dos 142 parlamentares se movimentam por saída

Por Daniel Tossato
Diário do Grande ABC
02/03/2020 | 07:00
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DGABC


A janela de transferência partidária para vereadores começa amanhã e 38,7% dos parlamentares do Grande ABC se movimentam para trocar de agremiação de olho na eleição de outubro. Levantamento feito pela equipe do Diário aponta que, dos 142 vereadores das sete cidades, ao menos 55 admitem, nos bastidores, a mudança de agremiação.

A eleição de 2020 será a primeira a experimentar o fim das coligações proporcionais – alianças de siglas no lançamento de candidaturas ao Legislativo.

Maior Câmara da região, com 28 vereadores, São Bernardo assiste à movimentação em torno do vice-prefeito Marcelo Lima (PSD). Antigos assessores do pessedista e eleitos em 2016, Fran Silva (SD) e Ivan Silva (SD) estão em partido que declarou apoio ao ex-prefeito Luiz Marinho (PT). O destino mais provável da dupla é o PSD, do padrinho político. Outra alteração que é esperada é a saída de Rafael Demarchi do Republicanos. Ele mira o PSL para se lançar ao Paço.

Além do fim do fim das coligações proporcionais, outro motivo que leva os vereadores a mudar de partido é a composição para a chapa majoritária. O momento atual é propício para as negociações eleitorais dos potenciais prefeituráveis.

Em Santo André, o vereador Almir Cicote está de saída do Avante depois que o partido acolheu o empresário Erick Elói, pré-candidato a prefeito em outubro. Um dos destinos cotados é o PSDB, legenda do prefeito Paulo Serra (PSDB). Edson Sardano, hoje no PTB, está apalavrado com o PSD. Pré-candidato ao Paço, Sargento Lobo (SD) já aguarda o início da janela para seguir para o Patriota.

Na Câmara de São Caetano, uma das principais mudanças está relacionada ao PL, partido do deputado estadual Thiago Auricchio (PL). Sigla que abrigou o oposicionista Fabio Palacio (hoje no PSD), o PL tem planos ambiciosos de emplacar cinco vereadores. Professora Magali (PSD) estaria na lista.

Já no Parlamento de Diadema, Ronaldo Lacerda (PT), vereador mais votado da sigla na cidade, está insatisfeito com as articulações para ser preterido na vaga de vice de José de Filippi (PT, veja mais ao lado). Márcio Júnior (PV) dialoga com o Podemos, legenda de seu pai, o deputado estadual Márcio da Farmácia (Podemos). Pré-candidato à Prefeitura, Ricardo Yoshio foi expulso do Republicanos e recentemente se filiou ao PSDB.

Entre os vereadores de Mauá, Fernando Rubinelli (PDT) está de partida para o PTB – do pai, Wagner Rubinelli (PTB) – e Professor Betinho (DC) migrará para o PSL, agremiação pela qual deverá se candidatar à Prefeitura da cidade. Cincinato Freire (PDT), Irmão Ozelito (SD) e Tchacabum (Patriota) também deverão mudar de legenda.

Algumas mudanças em Ribeirão Pires estão relacionadas com a pré-candidatura do ex-prefeito Clóvis Volpi (PL). Amaury Dias (PV), Rubão Fernandes (PSD) e José Paixão (Cidadania) devem ir para o PL, sigla do pré-prefeiturável. Outras movimentações de Volpi prometem agitar os bastidores locais.

Na vizinha Rio Grande da Serra, o próprio presidente da Casa, Claudinho Monteiro (PSB), pode deixar o partido, mas sem ter definição sobre o futuro. Benedito Araújo (PT) tem convite do PSB. Maciel da Padaria e Zé Carlos, ambos do MDB, deverão se desfiliar.

Volpi está perto de tomar PSB de Kiko

Com intenção de enfraquecer o núcleo político do prefeito de Ribeirão Pires, Adler Kiko Teixeira (PSB), o ex-prefeito e pré-candidato Clóvis Volpi (PL) planeja, com ajuda de vereadores da cidade, assumir o PSB, partido justamente do principal adversário.

O Diário apurou que a principal movimentação é a filiação do oposicionista Amigão D’Orto, hoje no modesto PTC, à legenda socialista. Amigão é pré-candidato a prefeito, mas sua ida ao PSB reforça a especulação de que ele pode ser vice na chapa liderada por Volpi.

Kiko já apalavrou retorno ao PSDB, mas sua intenção era manter o PSB em seu arco de alianças. O objetivo de Kiko era ter palanque do governador João Doria (PSDB) e do ex-governador Márcio França (PSB).

A modificação está programada para ser anunciada na quarta-feira. Junto de Amigão, outros parlamentares devem seguir o caminho rumo ao socialista.

No ano passado, Kiko sugeriu a aliados que não iria concorrer à reeleição, abrindo caminho para que o vice-prefeito Gabriel Roncon (PTB) assumisse a campanha governista. Nas últimas semanas, porém, o ainda socialista tem dado sinais que brigará – mesmo com todos empecilhos jurídicos – para renovar o mandato em outubro. 




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