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Haddad fala em defender as liberdades: ‘Não tenham medo’

Petista aceita derrota, cita proteção de direitos sociais e pede respeito aos seus eleitores

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
29/10/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 O presidenciável do PT, Fernando Haddad, reconheceu a derrota para Jair Bolsonaro (PSL) e, em seu pronunciamento, disse ontem que o partido tem a “responsabilidade de ser oposição” e que é preciso defender a democracia, os direitos políticos, civis, sociais e trabalhistas, que, segundo o petista, “estão em jogo”.

“A nossa democracia é um valor que está acima de todos. Precisamos defendê-la daqueles que de forma desrespeitosa pretendem usurpá-la”, discursou Haddad a militantes do PT que acompanhavam a apuração dos resultados e esperavam o petista, no Hotel Pestana, na Zona Sul da Capital. “Temos uma tarefa enorme, em nome da democracia, de defender o pensamento e as liberdades”, emendou. Ele não ligou para Bolsonaro, algo inédito desde a redemocratização.

Três dias depois de ouvir críticas indigestas no próprio palanque, do rapper Mano Brown, Haddad falou em reconstruir o diálogo com os mais pobres. “Nós temos de fazer uma profissão de fé, conversando com as pessoas, nos reconectando com as bases e com os pobres. Eu coloco minha vida à disposição deste País.”

O ex-prefeito paulistano defendeu ainda “respeito” aos 47 milhões de eleitores que o escolheram neste segundo turno. “Parte expressiva do povo brasileiro precisa ser respeitada neste momento. (Uma parcela que) Diverge da maioria, tem um outro projeto de Brasil na cabeça e merece respeito no dia de hoje (ontem). Lembrando o Hino Nacional, a Nação verá que um professor não foge à luta nem teme, quem adora a liberdade, à própria morte”. Haddad pediu que seus eleitores “não tenham medo”. “Nós estamos juntos. Contem conosco. Coragem, a vida é feita de coragem”, disse, em meio a gritos de ordem de correligionários. O petista estava ladeado de diversas lideranças do partido, entre elas a ex-presidente Dilma Rousseff.

Antes do discurso, militantes aguardavam apreensivos os números. Alguns batiam a perna inquietos e não tiravam os olhos do celular. Às 19h, quando saiu a primeira pesquisa de boca de urna, o silêncio tomou conta e, com os resultados oficiais, deu lugar ao choro e abraços de consolo.




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