Os dois tiros que mataram a jornalista Sandra Gomide nao foram disparados a queima-roupa por Antonio Marcos Pimenta Neves, segundo laudo do Instituto de Criminalística de Sao Paulo (IC), divulgado nesta terça-feira. O exame, baseado em 30 fotos tiradas no haras de Ibiúna, que foi cena do crime, foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteçao à Pessoa (DHPP).

O diretor do IC, Valdir Santoro, disse que os disparos nao foram feitos a uma distância menor que 35 centímetros, o que caracterizaria execuçao a queima-roupa. A distância exata, porém, nao pode ser determinada, segundo Santoro.

Um dos tiros, que teria sido o primeiro, foi disparado por Pimenta Neves quando Sandra estava de costas e perfurou a regiao dorsal da jornalista, ficando alojada no corpo. O segundo atingiu a regiao do ouvido esquerdo, alojando-se no crânio.

O laudo de balística, que tembém está sendo executado pelo IC, vai determinar se os dois projéteis que mataram Sandra paratiram mesmo da arma entregue por Pimenta Neves, um revólver Taurus calibre 38. Santoro explicou que o IC tem dois cartuchos deflagrados e dois íntegros.

Agressividade - Segundo o diretor do IC certos e-mails endereçados a Sandra pelo Diretor de Redaçao do jornal "O Estado de Sao Paulo", trazem "palavras de baixo calao" e sao agressivos. Nesta manha, no entanto, o advogado de defesa de Pimenta Neves, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, negou a existência destas mensagens.

Santoro disse ainda em entrevista ao jornal SPTV, da Rede Globo, que alguns e-mails indicavam um novo relacionamento da vítima com um rapaz - que ele prefere manter em sigilo para nao atrapalhar as investigaçoes.

Além do computador de Sandra, quatro microfitas pertencentes à jornalista estao sendo analisadas. Santoro disse que três delas continham entrevistas de trabalho e apenas uma era da secretária eletrônica, mas nao continha ameaças de morte.

Sandra Gomide foi assassinada com dois tiros no último dia 20, em um haras na cidade de Ibiúna, interior de Sao Paulo. O ex-namorado Pimenta Neves disse à polícia, durante depoimento no hospital, que o ciúmes e supostas traiçoes amorosas e profissionais motivaram o assassinato.