Mais nove empresas ligadas ao Grupo 9 da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) – máquinas, eletroeletrônicos e metalurgia tradicional fecharam acordos referentes à campanha salarial dos metalúrgicos de São Bernardo, Diadema e Santo André. Cada uma concederá uma reposição de 4,66% da inflação e aumento real de 3%. Os índices são as principais reivindicações da categoria.

Os acordos beneficiarão 1,5 mil trabalhadores do segmento e foram firmados dentro da estratégia do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (ligado à CUT), de negociar individualmente com as fábricas para garantir o reajuste. Em São Bernardo, aderiram a Belga Metal, Elevadores do Brasil e a Filtrágua. Também entram nessa relação a IFE, a Kabelschlep, ambas de Diadema.

Em Santo André, aceitaram os índices a Altyen, Duren, Mecânica ABril, Montoni e Prysmian (antiga Pirelli Cabos). Essas empresas ainda negociam com o sindicato do ABC. Com estas adesões, o número de indústrias que aplicarão o repasse subiu de 35 para 44, que abrangem mais de 9 mil dos 23,5 mil empregados. O segmento reúne perto de 100 indústrias em toda a região.

O sindicato poderá fechar na próxima segunda-feira um acordo com uma empresa de grande porte dentro do setor, cujo nome não foi revelado. A fábrica conta com aproximadamente 600 funcionários.

O diretor do sindicato, José Paulo da Silva Nogueira, explicou que a tendência é de receber novas adesões porque muitas fábricas querem evitar as paralisações. "Ainda articulamos esses movimentos nas indústrias que se recusam em conceder o aumento para a categoria."

As negociações individuais foram adotadas pelo sindicato em razão do impasse nas conversações com o Grupo 9. Na negociação de quarta-feira passada, a categoria rejeitou a proposta da Fiesp, de 7,25% de reajuste – 4,78% de reposição e 2,47% de aumento real. Para os sindicalistas, os índices são insuficientes e precisam ser próximos dos concedidos pelos outros setores.