Terminou sem avanços ontem a negociação entre a direção da Mercedes-Benz e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que tem como objetivo buscar acordo para evitar que as 1.500 demissões em São Bernardo, programadas para terça-feira, sejam efetivadas. Por causa disso, os empregados seguem em greve.

A montadora tem informado que possui excedente de mão de obra de cerca de 2.000 pessoas na unidade, ou 20% do quadro de 10 mil funcionários, e apesar de se mostrar disposta a aceitar a adoção do PPE (Programa de Proteção ao Emprego) – que permite a redução em até 30% na jornada de trabalho e no salário pago pelos empregados por até um ano, com metade da diminuição do rendimento coberta com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) – reitera que são necessárias “medidas adicionais de contenção de custos, como a reposição parcial da inflação no próximo ano”, entre outras alternativas. Só dessa maneira, segundo a montadora, seria possível gerenciar o custo gerado pela ociosidade na fábrica, que hoje é de 50% na unidade fabril.

No entanto, a Mercedes-Benz já havia proposto aos trabalhadores, em julho, a redução de salários e da carga horária, além de reajuste abaixo da inflação no ano que vem e congelamento das faixas salariais. A oferta foi rejeitada, em votação, por 74% dos trabalhadores. O sindicato diz que não é possível reapresentar aos empregados da companhia proposta já recusada. As negociações devem prosseguir neste fim de semana em horário ainda não definido.

FORD - Com o objetivo de ajustar o ritmo de produção à demanda do mercado, a Ford informa que suspenderá a produção nas fábricas de automóveis e caminhões de São Bernardo na sexta-feira. Segundo o sindicato, a montadora vai parar a fabricação de carros dos dias 21 a 25 e, a de caminhões, de 18 até 2 de outubro. Essas paradas a montadora, por enquanto, não confirma.