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Homens revelam experiência de se tornar pai na juventude

Passado o susto inicial, chegada do primeiro filho traz amadurecimento e responsabilidades

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
09/08/2015 | 07:00
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Ari Paleta/DGABC


A experiência de ser pai de primeira viagem já traz consigo sensação de medo e insegurança, imagine quando acontece com homens jovens. A notícia de que um filho está a caminho significa também mudança de vida, com aumento das responsabilidades. No entanto, as consequências positivas são acompanhadas do processo de amadurecimento e, é claro, do nascimento de amor incondicional.

O vendedor Acácio Perci Bis, 34 anos, de Santo André, sentiu essa experiência na pele, quando tinha apenas 17 anos. Ele e a mulher estavam na mesma sala do último ano do Ensino Médio, quando eles descobriram a gravidez. “Foi uma coisa muito louca, diferente de tudo que a gente imaginava. Eu era praticamente uma criança e queria curtir. Mas tem coisas que acontecem na vida que não são por acaso e eu acredito que a minha filha seja uma delas”, disse.

O casal teve de conviver com os comentários dos colegas, o que, segundo ele, não foi fácil. O vendedor já trabalhava no comércio do seu pai, ajudando-o, mas a partir do momento em que ficou sabendo da filha, todo o orçamento deveria ser para a nova família. O aperto foi recompensado com a chegada de Ana Beatriz, que acaba de completar 15 anos. “Eu assisti ao parto, que foi normal, foi bem marcante, tanto que eu quase desmaiei. Foi o início da minha família, tanto que eu e minha esposa nos casamos e estamos juntos até hoje”, conta.

“Ser pai vale muito a pena. Os filhos são onde você encontra forças para poder seguir em frente. A minha só me surpreende, nunca me deu trabalho. O que me tira o sono é esse negócio de namoradinho, mas vou ser bem compreensivo. Com 30 anos, eu deixo ela namorar”, brinca Bis.

O comerciante Gustavo Peleteiro, 33, também de Santo André, recebeu a notícia de que seria pai quando tinha 21 anos, porém estava desempregado e tinha abandonado a escola.“Na hora é um choque, mas depois você começa a se acostumar com a ideia. Como eu não estava trabalhando e não tinha estudos, fiquei bem assustado porque eu iria precisar manter esse filho. Enquanto isso, você vai vendo a barriga crescer, descobre o sexo, conversa com o bebê, sente ele se mexer porque sabe que é a sua voz. Não tem preço.”

Três meses após saber da gravidez, ele começou a trabalhar fazendo bicos de serviços gerais e depois chegou a arrumar um emprego fixo em um posto de gasolina. Com o tempo, ele comprou uma moto e trabalhou de office-boy.

Quando Katheleen, hoje com 12 anos, nasceu, Peleteiro se descobriu um novo homem. “A felicidade é do tamanho do mundo e a vida realmente começa a ter outro sentido. Antes, você saia e se preocupava com roupas para você, depois tudo passa a girar ao redor dos filhos”, disse.

A experiência de ser pai foi tão marcante que ele não parou por aí. Desta vez, com planejamento, o casal decidiu ter mais um filho. Juan Miguel. O bebê tem pouco mais de 20 dias. Mesmo com toda a felicidade, Peleteiro reconhece que gostaria de terminar os estudos e buscar o Ensino Superior. Tudo isso para conseguir uma qualificação melhor e dar uma vida mais confortável para a família. Mesmo assim, garante que não faria nada diferente. “Eu agradeço a Deus porque tudo isso me ajudou a crescer como homem e profissionalmente também. A gente passa a fazer tudo em prol dos filhos”, disse.




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