Memória Titulo Memória
Apresentamos o professor José de Souza Martins

Participamos, anteontem, da reunião preparatória ao 13º Congresso de História...

Ademir Medici
23/01/2015 | 07:00
Compartilhar notícia


Participamos, anteontem, da reunião preparatória ao 13º Congresso de História do Grande ABC, no Consórcio Intermunicipal, em Santo André. Encontramos e reencontramos pensadores regionais interessados na organização de um certame produtivo e envolvente, marcado pela segunda vez para Ribeirão Pires.

Velhos/novos temas voltaram à tona. O que mais nos chamou a atenção foi a breve discussão para se compreender a identidade regional, algo que norteou, ainda nos anos 1980, a criação e implementação do Gipem (Grupo Independente de Pesquisadores da Memória).

A leitura dos anais do Gipem e dos 12 congressos anteriores oferecerá subsídios importantes ao esforço para tentar decifrar o rosto deste Grande ABC de Deus.

Enquanto isso... A decepção maior foi em relação ao nome do professor José de Souza Martins, simplesmente o idealizador dos congressos de história regionais.
Martins não foi consultado ou convidado para o próximo congresso. Um desaforo. Pior: percebemos que o coordenador do 13º Congresso, Marcilio Duarte, um jovem munido de laptop, desconhece quem seja o professor Martins, sem sombra de dúvidas o mais importante intelectual da história do Grande ABC voltado às ciências sociais.

Professor Martins é professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, articulista dos principais órgãos de comunicação do Brasil e com trabalhos publicados no Exterior, professor visitante de universidades da Europa e Estados Unidos.

Menino pobre que vendeu bananas pelas ruas da sua São Caetano. Estudioso, acima de tudo.

Os pontos altamente positivos da organização do 13º Congresso de Historia do Grande ABC foram simplesmente ofuscados diante da informação de que até aqui ninguém se interessou em falar com o professor Martins sobre o próximo evento.

Desnecessário dizer que Martins tem muito a contribuir. Com tal omissão, quem perde somos nós, estes sonhadores que imaginam que é possível construir uma história coletiva do Grande ABC, a nova história, voltando as costas para nossas raras reservas morais e intelectuais.

Devem, os coordenadores do 13º Congresso de História do Grande ABC, Ribeirão Pires 2015, um pedido imediato de desculpas não à figura individual de José de Souza Martins mas à sua história e o seu esforço de promover, de várias formas, um debate mais que cinquentenário em torno do Grande ABC, história e memória.

Afinal, se o congresso é de história, a história do próprio congresso não pode ser esquecida.

São apenas 25 anos desde que o primeiro foi realizado. Não podemos perder esse trem da história. Se esquecemos o que ocorreu em um quarto de século, como construir uma história que antecede o próprio descobrimento ‘oficial’ do Brasil, com a população indígena aqui existente, seguida dos negros escravos, imigrantes e migrantes, nas suas várias fases?

ENQUANTO ISSO

O endereço do professor José de Souza Martins já está com os organizadores do 13º Congresso de História. Se bem conhecemos o professor Martins, ele passará por cima deste ‘esquecimento’ e terá a humildade de nos ajudar em mais este trabalho, com sugestões, participação direta ou por meios eletrônicos.

Mais ainda: aproveitando os 25 anos da data redonda dos congressos, bem faríamos se homenageássemos José de Souza Martins, expondo sua história de vida representada por dezenas de livros – vários sobre o Grande ABC – e por alguns milhares de artigos publicados, inclusive no Diário, incluindo os tempos primeiros do News Seller.

Diário há 30 anos

Quarta-feira, 23 de janeiro de 1985 – ano 27, nº 5739

Manchete – Tancredo (Neves, presidente eleito) exclui Brasil do bloco dos devedores

Santo André – Passarela da Avenida Ramiro Colleoni vai ser reformada.

São Bernardo – Nova rua no Centro interligará as alamedas Glória e Tereza Cristina.

São Caetano – As obras de alargamento, aprofundamento e sustentação das margens do Rio Tamanduateí poderão chegar à foz do Ribeirão dos meninos.

Rio Grande da Serra – Aumento do IPTU chega a 1.000%.

Especial (A Periferia – 3) – Rodolfo Bonventi escreve: “Apodrecidas, casas vão ao chão em São Caetano”.

Em 23 de janeiro de...

1915 – O senador estadual por São Paulo, João Baptista de Mello Peixoto, falece na Capital. Ali estava para acompanhar o enterro de Bernardino de Campos.

A guerra. Da manchete do Estadão: ‘Os alemães retomam as trincheiras perdidas na floresta de Apremont e no bosque de Le Pretre’.

1925 – Lenildo Freitas Magdalena nasce em Campos (RJ). Foi vereador, presidente da Câmara Municipal e secretário municipal em São Bernardo.

1930 – Moradores de Vila Barcelona, em São Caetano, reclamam do péssimo serviço de auto-ônibus que os serve. Acusam o proprietário do veículo a não se submeter às exigências regulamentares, “realizando as viagens quando bem entende e do modo mais conveniente para ele, tudo com grave prejuízo à população”.

1955 – Inaugurado o Monumento à Mãe Preta, no Largo Paissandu, Capital.

1965 – Orquestra Ubirajara, do Rio de Janeiro, anima a formatura dos alunos do Colégio Clovis Bevilacqua, turma de 1964, em baile realizado no Palácio de Mármore do Moinho São Jorge, em Santo André.

Santos do dia

- Santo Ildefonso (Toledo, Espanha, 607-667). Doutor da Igreja. Escreveu uma obra famosa contra os hereges que negavam a virgindade de Maria Santíssima, sustentando que a Mãe de Deus foi virgem antes, durante e depois do parto. Exerceu importante influência na Idade Média com seus livros exegéticos, dogmáticos, monásticos e litúrgicos.

- Áquila

- Severiano 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;