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Perspectiva para o emprego é a segunda melhor da década
13/04/2010 | 07:08
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A perspectiva para o emprego industrial, que avalia a intenção de contratação e de demissão das empresas para três meses, atingiu em março o segundo melhor resultado desta década e já supera o período favorável ao emprego que antecedeu à crise, revela estudo a pedido feito pela FGV (Fundação Getúlio Vargas ), com base na Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação.

Isso indica que o bom resultado do emprego na indústria alcançado em fevereiro, divulgado na sexta-feira pelo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), deve continuar. A tendência é de que o quadro de trabalhadores nas fábricas volte para o nível pré-crise no segundo semestre deste ano, prevê o economista chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges.

Em fevereiro, pela primeira vez em 15 meses, o emprego industrial cresceu na comparação anual. A alta foi de 0,7% em relação ao mesmo mês de 2009, aponta o IBGE. Mesmo assim, o nível de ocupações em fevereiro, descontadas as influências típicas dessa época do ano, ficou 4,5% abaixo do de setembro de 2008, o mês de referência antes do início da crise, segundo os cálculos da economista do Banco Santander, Luiza Rodrigues.

Ela observa que desde maio de 2009 o emprego vem se recuperando na indústria e frisa que houve aceleração nos últimos meses. "Como a demanda interna está aquecida, é natural que as indústrias queiram contratar", afirma Borges.

Em março, 30,6% das 1.165 indústrias consultadas pela FGV pretendiam contratar trabalhadores entre março e maio deste ano e apenas 5,4% planejavam cortes. Nesta década, o resultado só foi superado pelo o do mês anterior. Em fevereiro, 31,3% das indústrias planejavam contratações e 3% demitir em três meses.

Quando se olha para um horizonte maior, a pesquisa da FGV mostra que a perspectiva do emprego para três meses na média deste ano supera a média do período pré-crise. No primeiro trimestre, 65,8% das indústrias consultadas pretendiam manter as vagas nos próximos três meses e 29,5% delas planejavam aumentar o quadro de pessoal. Entre julho de 2007 e junho de 2008, período que antecedeu a crise, 56,8% das companhias pretendiam manter os funcionários e 32% contratar.

Entre manutenção dos postos de trabalho e contratações, 95,3% das cerca de 1.000 empresas consultadas estavam nessa condição no primeiro trimestre deste ano, ante 88,8% delas no período pré-crise. Já a fatia de companhias dispostas a demitir caiu mais da metade no período: somava 11,1% na fase pré-crise e ficou em 4,7% na média do primeiro trimestre deste ano.

"A recuperação do emprego está se disseminando pelos setores. Ainda que haja ajuste na política monetária, a perspectiva para contratações é favorável", diz o superintendente de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo, responsável pelo estudo.

 




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