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Futsal: Brasil 'bate na trave' e é eliminado pela Espanha
Por Fernão Silveira
Do Diário OnLine
03/12/2004 | 11:00
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O sonho do hexacampeonato Mundial de futsal para o Brasil parou, mais uma vez, na Espanha. Numa semifinal equilibradíssima, realizada na manhã desta sexta-feira, em Taipé, a seleção perdeu para a 'Fúria' nos pênaltis (5 a 4), após empates por 2 a 2 no tempo normal e 0 a 0 na prorrogação. Os atuais campeões do mundo, que derrotaram o Brasil na decisão do Campeonato passado, farão a final contra o vencedor do duelo Itália x Argentina, que ocorre ainda hoje (a partir das 10h30). O Brasil, que fica fora de uma final de Mundial pela primeira vez na história, decide o 3º lugar com quem perder.

Depois de reinar absoluto no cenário mundial do futsal, entre os anos 80 e 90, o Brasil agora não consegue bater a 'Fúria' nos momentos decisivos. Além disso, a Espanha conseguiu empatar com os pentacampeões no duelo direto de eliminações em Campeonatos Mundiais – 2 a 2.

O Brasil eliminou a Espanha na semifinal do Mundial/92 (Hong Kong), goleando por 4 a 1. No título seguinte da seleção, em 1996, a Espanha foi derrotada em casa e em plena decisão do torneio: 6 a 4. Mas os dois triunfos da 'Fúria' são mais recentes: 4 a 3 na final do Mundial/2000 (Guatemala) e a suada vitória desta sexta-feira.

Na trave - Literalmente, o Brasil 'bateu na trave' no jogo desta sexta-feira. Com a bola rolando, a seleção acertou quatro vezes o poste do goleirão Amado – três delas com Falcão. Na decisão por pênaltis, o fixo Neto desperdiçou a primeira cobrança da série alternada ao acertar um petardo no travessão espanhol.

O duelo Brasil x Espanha seguiu o figurino esperado: muito equilíbrio e marcação cerrada – bem longe dos jogos abertos e bonitos praticados pelas duas seleções durante a primeira fase do Mundial. O 1º tempo acabou em 0 a 0, com a seleção jogando melhor e levando mais perigo ao gol de Amado, apesar de a Espanha dominar a posse de bola.

Quando Amado não aparecia para impedir o gol brasileiro, a maioria das vezes defendendo com os pés, a trave salvava a Espanha. O preciosismo chegou ao ponto de a bola bater nos dois postes (e não passar a linha final) num chute de Falcão.

O segundo tempo foi um pouco mais aberto. Quem largou na frente foi a Espanha, aos 23. Andreu escapou pela ponta esquerda, passou pela marcação falha de Neto e bateu cruzado no ângulo do goleiro Franklin, que nada pôde fazer. Mas o troco brasileiro não demorou. Num rápido contra-ataque, armado após uma roubada de bola no meio da quadra, Pablo aproveitou para tocar de perna esquerda na saída de Amado. 1 a 1, aos 26.

O Brasil conseguiu a virada com Simi, aos 35. Numa péssima reposição do goleiro Amado, ele recebeu de frente para a marcação, puxou a bola da perna direita para a esquerda e soltou um 'canhotaço' no ângulo do espanhol. A alegria brasileira, porém, durou pouco. Ainda aos 35, Marcelo recebeu na ala direita em cobrança de lateral e chutou para o gol. A bola desviou no fixo Schumacher dentro da área e 'matou' Franklin, entrando no meio do gol.

Os dez minutos da prorrogação, divididos em dois tempos de cinco, lembraram o começo do jogo: muita marcação, posse de bola prevalecendo para a Espanha e o Brasil mais perigoso em suas investidas ao ataque. A trave, desta vez, salvou a seleção. Faltando só 40 segundos para o final do 2º tempo, o fixo Torras acertou um balaço após cobrança de escanteio e viu a bola explodir no poste direito de Franklin. Passou perto.

Com a persistência do empate, a decisão acabou nos pênaltis. O Brasil largou na frente, pois Franklin defendeu a cobrança de Kike. Simi, Torras, Euller e Julio convertaram suas cobranças, deixando o placar em 2 a 2.

Quando o Brasil teve a chance de virar para 3 a 2, Índio parou numa defesa do goleiro Amado. E a igualdade persistiu na primeira série de pênaltis, pois Limones, Falcão, Javi Rodriguez e Schumacher balançaram a rede em suas tentativas.

O sonho do hexa caiu no início da fase alternada – justamente quando o Brasil não poderia errar. Andreu converteu seu chute e colocou a 'Fúria' em vantagem (5 a 4). A responsabilidade, então, passou toda aos ombros do fixo Neto. O camisa 4 bateu forte, no alto, deslocando de Amado. Mas o travessão voltou a 'jogar pela Espanha'.

Neto não conteve as lágrimas após o erro e foi amparado pelos companheiros, enquanto os espanhóis comemoravam outra vitória para cima do Brasil no futsal.




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