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Sonho olímpico faz trio de lutadores trocar de modalidade
Gabriela Araújo
Especial para o Diário
09/09/2005 | 08:28
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Títulos, fama e reconhecimento em uma modalidade esportiva. Nada disso foi suficiente para três atletas de São Bernardo. O sonho por uma vaga no Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, e na Olimpíada de 2008, em Pequim, foi o responsável pela migração de Marcelo Oliveira, Daniel Araújo e Ariana Pinto do jiu-jítsu para a luta olímpica.

Os três lutadores representam a região no Campeonato Nacional Aberto de Luta Olímpica e Greco-Romana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, nesta sexta-feira e sábado. O torneio vale pontos para o ranking nacional e servirá de treino para o tão sonhado Pan-Americano.

Marcelo é vice-campeão brasileiro de jiu-jítsu, mas o fato de a luta não fazer parte de grandes competições como a Olimpíada, foi um dos fatores decisivos para sua escolha. "Ter chances de participar de uma competição olímpica e uma menor dificuldade em conquistar patrocínios foram essenciais para a nossa troca. Há quase um ano treinamos luta olímpica e já começamos mostrando resultados". Sua esposa, Ariana Pinto, é vice-campeã paulista de luta olímpica.

Os anos de jiu-jítsu, no entanto, não foram em vão. O conhecimento e as técnicas adquiridas na modalidade são muito úteis aos três atletas na nova carreira. "Quando você vai para a luta olímpica, o fato de ter uma boa base em outras artes marciais te torna um atleta mais completo", acredita Daniel Araújo.

Força – "O lutador olímpico é considerado um super-homem". É assim que Marcelo define toda a força e condicionamento físico necessário aos atletas da modalidade. Se os homens da luta olímpica são super-homens, o que dizer das mulheres que praticam o esporte?

"Se no jiu-jítsu você já precisa de condicionamento físico, na luta é quase uma tortura" brinca a vice-campeã paulista de luta olímpica, Ariana Pinto. A supermulher além de ter base em caratê e jiu-jítsu, treina diariamente, além da luta, natação e musculação. "Você tem de ter a força de um halterofilista, a resistência de um maratonista e a inteligência de um jogador de xadrez", explica a vice-campeã.

Como se não bastasse todo o treinamento, Ariana ainda reserva parte de seu tempo para ajudar a Federação Paulista de Luta Olímpica a arrecadar recursos e auxiliar os atletas da modalidade. "Tem tanto talento que é desperdiçado por falta de oportunidade, falta de patrocínio. Eu estou aqui voluntariamente para ajudar, para que os lutadores possam dar continuidade aos seus trabalhos".

O que é? – O objetivo principal da luta olímpica é fixar os ombros do adversário no chão. A luta é dividida em dois estilos. A greco-romana, na qual é permitido apenas o uso da parte superior do corpo para derrubar o adversário, ou seja, é proibido o uso das pernas nos golpes; e a livre, estilo que permite o uso das pernas sem nenhum tipo de penalidade.

As disputas são realizadas em dois rounds de três minutos cada e algumas regras curiosas fazem parte do esporte. Os lutadores não podem estar suados antes de entrarem em combate – o suor atrapalha deixando a pele escorregadia e dificulta a execução dos movimentos. As unhas devem estar cortadas, os cabelos curtos ou amarrados e a barba deve estar feita.




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