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Exportadores ganham com inovação
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
27/09/2009 | 07:14
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Claudinei Plaza/DGABC


Se por um lado os dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) apontam que o Grande ABC, assim como o restante do País, segue com déficit considerável das exportações se comparado com o mesmo período do ano passado, por outro empresas da região continuam investindo e vendendo ao Exterior. Geralmente são representantes de setores que não foram diretamente afetados pela crise econômica.

Apesar de no mês de agosto o comércio Exterior na região ter registrado leve crescimento em relação a julho - de 2,4%, para US$ 405,4 milhões -, a comparação com o mesmo período de 2008 aponta retração de 32,1%. No acumulado de janeiro a agosto, ainda não é possível perceber recuperação, com recuo de 37,5% frente aos primeiros oito meses de 2008.

Um exemplo de quem não sofreu tanto com a crise é a Eurobrás. A empresa de Santo André, de médio porte e com quase 300 funcionários, exporta módulos metálicos habitacionais, que se parecem com contêineres. "São como habitações móveis, geralmente utilizadas como banheiros, escritórios e dormitórios", explica a analista de comércio exterior da empresa, Monica Garcia.

Como o foco do negócio são países em desenvolvimento, onde existem muitas obras em andamento, como Angola, Uruguai, Panamá, Bolívia e México, as vendas não foram tão impactadas, já que os maiores alvos da crise foram os países mais ricos.

No caso de Angola, as estruturas chegam por intermédio das construtoras Odebrecht e Asperbras. A empresa está negociando agora novas vendas para a OAS.

Por mês, são exportadas cerca de 20 unidades. Do faturamento anual de R$ 40 milhões, em média, 7% provém do comércio Exterior.

Para a analista, a crise já acabou e, em cinco anos, a Eurobrás quer se internacionalizar. "O objetivo é passarmos dos atuais R$ 2,8 milhões provenientes das exportações para R$ 8 milhões, alcançando cerca de 20% da receita da empresa", estima Monica.

Esportes - Outro setor que aparentemente não sofreu tanto os impactos da crise foi a indústria esportiva. Quatro dentistas de Santo André têm desenvolvido, desde o início do ano passado, um material produzido a partir do EVA - plástico que aparenta silicone e é utilizado na fabricação de placas odontológicas.

Seu uso é destinado a quem tem problemas como bruxismo ou para proteger as arcadas dentárias de atletas, como jogadores de futebol, skatistas e boxeadores, durante a atividade esportiva.

"O que difere no material que desenvolvemos é que ele absorve menos água. Isso impede que a placa altere sua dimensão, ganhando volume. Além disso, ela tem maior absorção de impacto", explica Alexandre Jun Ueda, diretor da EVA Lâminas Odontológicas, empresa atualmente instalada na Incubadora de Empresas Barão de Mauá.

A tecnologia, existente apenas no Exterior, foi desenvolvida em parte no Japão, onde Ueda passou seis meses, e em parte pela Quattor. O investimento total girou em torno de R$ 50 mil, sendo R$ 20 mil da petroquímica. Em troca, a EVA deve fidelidade de compra da substância para fabricar a placa.

Como o preço é praticamente o mesmo do similar internacional, Ueda espera que o produto tenha fácil aceitação no mercado. Para as dentais, as placas saem entre R$ 3,50 e R$ 5. No mercado externo, elas chegar por US$ 8. Para o consumidor brasileiro, as placas devidamente moldadas chegam a custar R$ 300.

As vendas tanto no mercado interno como no externo começarão em novembro. "Não vemos a crise chegar no ambiente esportivo. Esperamos vender cerca de 10 mil placas por mês, gerando faturamento bruto de R$ 360 mil. No Exterior, a ideia é vender até 15 mil unidades por mês. Lá fora a procura é muito grande, já que a finalidade é esportiva", afirma Ueda.




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