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Terapia hormonal requer avaliação para evitar câncer
Por Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
24/11/2004 | 09:29
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A influência de certos tipos de terapias hormonais no desenvolvimento de câncer de mama é real. De acordo com estudo feito pela Sobrac (Associação Brasileira de Climatério), a mulher que utiliza medicamentos à base da combinação dos hormônios progestagênios e estrogênios por cinco anos ininterruptos tem chances aumentadas de desenvolver a doença. No entanto, os médicos afirmam que não é caso para pânico que leve à suspensão abrupta da ingestão desses hormônios. A avaliação individual deve ser reivindicada e considerada para tomada de decisão.

É comprovado que tal terapia diminui desde desconfortos próprios do climatério (período anterior à menopausa), como ondas de calor, dores nas pernas e ressecamente vaginal, até problemas mais sérios, como fraturas decorrentes da osteoporose. "Quando foi divulgada essa influência, a imprensa e até os médicos interpretaram de maneira errada a porcentagem dos riscos de câncer de mama para mulheres que faziam terapias hormonais. Era preciso, desde aquele momento, avaliar a individualidade e o histórico de cada paciente, caso a caso", afirma César Eduardo Fernandes, presidente do Conselho Científico da Sobrac e diretor do Departamento de Climatério da Faculdade de Medicina do ABC.

Segundo o médico, as mulheres que combinam estrogênios e progestagênios têm 26% mais chances de desenvolver câncer de mama do que as que não lançam mão dessas terapias. Essa incidência pode levar a sete novos casos de câncer de mama a cada universo de 10 mil mulheres. Mas nos casos em que a terapia aplicada é baseada apenas em estrogênios - indicada para mulheres sem útero - não é observado nenhum aumento dos casos da doença.

Entretanto, o efeito da notícia foi rápido e muitas mulheres resolveram trocar a medicação. Foi pela indefinição da medicina e pelo medo de desenvolver tanto o câncer quanto doenças cardio-vasculares que a cabeleireira Maria Luiza Dimarzio, 46 anos, de Santo André, resolveu ignorar a receita para a compra do hormônio sintético de seu ginecologista. Ela passou a ingerir alimentos à base de soja e cápsulas de isoflavona (substância também encontrada na soja, com ação semelhante a do estrogênio). "Consultei outro médico, homeopata, e ele me indicou esse tratamento. Meus calores, dores nas pernas e ansiedade diminuíram bastante", garante Maria Luiza.




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