A polícia do Canadá emitiu ontem ordem de prisão para o brasileiro Thye Mattos, goleiro da equipe de polo aquático que disputou os Jogos Pan-Americanos. A acusação é que tenha abusado sexualmente de uma mulher de 22 anos na casa dela. A identidade da suposta vítima foi preservada. O atleta confessou o relacionamento ao supervisor técnico da equipe, Ricardo Cabral, mas garantiu que o ato foi consensual.

“Fomos pegos de surpresa. O atleta nega. Falou que realmente esteve com a menina, mas que foi consensual. Estamos tomando as providências. O próprio Comitê Olímpico Brasileiro está com advogados em Toronto. Ele está muito abalado com a situação e afirma que não foi isso. Estamos preocupados e é mais seguro para ele neste momento não ficar exposto”, comentou Cabral.

Thye Mattos está em Kazan, na Rússia, onde defenderia a Seleção no Mundial de Esportes Aquáticos. Como ele está muito abalado psicologicamente, a comissão técnica já planeja trazer o atleta de volta ao Brasil. “Vamos fazê-lo retornar ao Brasil. Está muito abalado, desabou. Diz que não fez nada e a gente acredita”, disse Cabral, que já recomendou atendimento médico e psicológico ao atleta.

Segundo a investigação da polícia canadense, Thye teria se envolvido com a mulher no dia 16, um dia após a derrota do Brasil para os Estados Unidos na final da competição. No ato, o atleta não estava vestindo nenhum uniforme da delegação brasileira, mas foi reconhecido pela vítima em fotos.

Segundo Joanna Beaven-Desjardins, inspetora de crimes sexuais da polícia de Toronto, o brasileiro estava acompanhado de outro jogador da Seleção e teria ido à casa da vítima. O horário exato não foi informado, mas o crime teria ocorrido durante a madrugada. No local, teria se aproveitado que a mulher estava dormindo e abusado sexualmente da vítima. Na sequência, fugiu. A inspetora não quis dar mais detalhes do caso, mas diz ter 100% de certeza do envolvimento do goleiro.

Thye tem 27 anos e nasceu no Rio de Janeiro, mas atua pelo Clube Paulistano.