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Saúde da Família atende
1 milhão em domicílio
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
22/05/2011 | 07:00
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Pelo menos 40% da população do Grande ABC, ou 1 milhão de pessoas, estão nas áreas de cobertura do Programa Saúde da Família e recebem assistência médica em domicílio. Hoje a população da região é de aproximadamente 2,5 milhões de habitantes. A cidade com maior cobertura do programa é Diadema, que alcançou 100% de abrangência este ano, simbolizando 385 mil habitantes.

Receber a visita de equipes do programa significa ter acesso a diagnósticos e tratamentos de forma preventiva. O Ministério da Saúde informou que entram na lista de prioridades gestantes, crianças, idosos, doentes crônicos, portadores de hipertensão e diabetes, além de pessoas com transtornos mentais.

A única cidade da região que ainda não integra o PSF é Ribeirão Pires. A expectativa é que o programa seja implantado a partir de julho, a começar pelo Jardim Caçula. Santo André e Rio Grande da Serra estão entre as menores coberturas da região, com 20% e 16%, respectivamente. Em Mauá, 34% da população é coberta, assim como em São Bernardo, que pretende chegar até o fim de 2012 com pelo menos metade da população atendida.

"Só não conseguimos alcançar ainda por conta das reformas e ampliações feitas nas 32 unidades de saúde. O aumento da cobertura do PSF significa grande mudança para a população no futuro. Com rede básica estruturada, apenas 15% dos casos serão encaminhados aos especialistas", explicou o secretário de de Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro.

Com o avanço gradativo da presença de equipes atuando em campo, o secretário prevê que a resolução dos casos atinja 92% no próprio território do paciente, sem que o mesmo precise engrossar as filas de esperas por atendimento de urgência em pronto-socorros.

O aumento no número de tuberculosos na cidade foi visto como um bom sinal por Chioro. Para o secretário, isso reflete o trabalho realizado pelas equipes in loco. "É preciso tirar a sujeira debaixo do tapete. Estamos aumentando a capacidade de diagnóstico."

Equipes

Parâmetros do Ministério da Saúde determinam que cada equipe de Saúde da Família, que atende área de até 4.000 pessoas, é composta por clínico-geral, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e até 12 agentes comunitários, que obrigatoriamente são residentes do bairro. Cada agente comunitário de saúde é responsável por monitorar até 750 pessoas de sua área de cobertura.

Eles são treinados para identificar as prioridades dos pacientes no primeiro contato. Posteriormente são marcadas consultas domiciliares, que incluem a presença da equipe.

‘Criamos amizade. Isso é fundamental para o tratamento'

A equipe do Diário acompanhou a visita de uma equipe do Saúde da Família à residência no Parque Selecta, em São Bernardo. A paciente, Ednalva dos Santos, 65 anos, tem câncer no estômago e recebeu as orientações e medicações da equipe por cerca de meia hora. "O atendimento é excelente. É bom porque sempre vêm os mesmos profissionais. Criamos amizade e isso é fundamental para o tratamento", disse a filha da paciente, Cristiane Silva, 37.

A agente de saúde Elemir Oliveira, 49, destacou o amor pelo trabalho como a maior motivação. "Somos a ponte entre a população e o posto de Saúde. É gratificante quando sabemos que conseguimos melhorar o acesso ao serviço."

Ela trabalha há um ano na função e visita de 8 a 10 casas por dia. O salário é de R$ 670.

Sistema resolve 80% das queixas dos pacientes

O diretor do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Heider Pinto, diferencia o atendimento realizado pelas equipes em relação às consultas de urgência. "Nas emergências não há seguimento do caso e leva-se, em média, quatro minutos. Tende a ser superficial. Na atenção básica o paciente tem prioridade. A unidade de Saúde tem de responder pela maior parte dos problemas de saúde daquela região."

O diretor assegurou que a rede de atenção básica é capaz de tratar 80% dos problemas de saúde da população. Hoje, 52% dos brasileiros têm acesso ao programa. "Porém, não adianta ter cobertura alta se os problemas não estão sendo resolvidos. A melhoria no acesso à qualidade do serviço prestado em saúde primária é obsessão do governo."

O Ministério da Saúde informou que desde 2008 aumentou em 27% o investimento na rede de atenção primária do Brasil. Naquele ano, o recurso aplicado na área foi de R$ 7,6 bilhões, contra R$ 9,7 investidos em 2010.

São Caetano

A cidade de São Caetano possui a segunda maior cobertura do PSF da região, com 46% da população atendida. Apenas os bairros Jardim São Caetano, Santo Antônio, Santa Paula e Centro não são contemplados.

A visita dos agentes, assim como nas outras cidades, é realizada mensalmente. Na cidade atuam 29 equipes, incluindo técnicos em saúde bucal, em 11 bairros, que atendem a 18.664 famílias.




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