Museu na Capital dá nova roupagem ao
idioma e atrai cada vez mais estudantes
Pedro Álvares Cabral desembarcou no Brasil em 22 de abril de 1500. Dentro de sua nau trouxe, além da tripulação, dos ‘presentes’ trocados com os indígenas e dos famosos tonéis de vinho, a cultura de sua terra natal em especial o idioma. O português ganhou também outros territórios – já são cerca de 250 milhões de pessoas que falam a língua no mundo –, mas é aqui onde se concentra a maioria dos adeptos. Por isso, não haveria local mais propício para ser feito o Museu da Língua Portuguesa, que já foi eleito como o Melhor Museu do Brasil pelos leitores da revista Viagem & Turismo.
Em funcionamento há quase nove anos, o local já recebeu cerca de 3,5 milhões de pessoas. O diretor Antonio Carlos Sartini atribui o sucesso à expansão da língua – a previsão é de que, nos próximos 30 anos, sejam 300 milhões que falam o idioma – e a maneira diferenciada de expô-la aos visitantes. “O museu vem dar um significado diferente para a língua portuguesa, principalmente para nós, brasileiros, que sempre sofremos um pouco complexo de inferioridade. O museu joga um novo olhar sobre o idioma, mostrando coisas interessantes que a escola infelizmente não conta.” Não à toa, são recebidos diariamente de 800 a 1.200 pessoas e 65% do público é estudante.
O acervo está localizado no prédio da Estação da Luz e é dividido em três andares. No primeiro ficam, geralmente, as exposições temporárias – quando feitas, quase triplica o número de visitantes. No segundo andar – um pouco mais escuro –, está a exposição permanente, que será reformulada.
Nela está a grande galeria com uma tela que tem 106 metros, onde aparecem projeções que mostram a língua no cotidiano e na história. Também tem as palavras cruzadas que ficam em totens, cada qual de um país, que exibem a influência das línguas e dos povos que contribuíram para formar o português falado hoje.
Na Linha do tempo, com o auxílio de recursos interativos, o integrante conhece a história do idioma. Neste, em breve, quem quiser ir a fundo em algum item contará com a ajuda do QR-code (código de barras bidimensional) ativado por celular.
O que mais faz sucesso, no entanto, é o Beco das Palavras, uma sala com jogo interativo – ao estilo do videogame kinect – que permite ao visitante brincar com a criação de palavras, conhecendo origem e significado. Há também o corredor que conta a história da estação e a revitalização do edifício, patrimônio histórico do século 19. No terceiro andar está o auditório, onde é transmitido um filme de dez minutos contando a história da língua e a Praça da Língua, uma espécie de planetário composto por imagens projetadas e áudio.
NOVIDADE
A partir de terça-feira, o Museu abre a exposição temporária Esse Jornal Também é uma Piada, no terceiro andar, feito em parceria com o Salão de Humor de Piracicaba. São 17 obras, entre tiras e charges, e notícias fictícias de jornal, que vão relembrar a ditadura militar. Outra exposição a ser feita, ainda em fase de captação de recursos, é sobre o escritor Gregório de Matos. O museu (Praça da Luz) fica aberto de terça a domingo, das 10h às 18h. Na última terça-feira do mês vai até 22h. O ingresso é R$ 6 (R$ 3 meia-entrada).
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